VATICANO, 2 OUT (ANSA) – O papa Leão XIV fez um apelo nesta quinta-feira (2) à promoção de “políticas de reconciliação” para ajudar migrantes e refugiados, que podem ser testemunhas privilegiadas de esperança.
O pedido foi feito durante encontro com os participantes da Conferência Internacional “Refugiados e migrantes na nossa casa comum”, em andamento no Augustinianum, e diante da situação de mais de 100 milhões de pessoas afetadas pela migração.
Citando o falecido papa Francisco, Leão XIV lembrou que “diante de dificuldades de tal magnitude” surge o risco da “globalização da indiferença”, que pode levar à “globalização da impotência”, “na qual corremos o risco de ficar imóveis, silenciosos e tristes, pensando que nada pode ser feito diante do sofrimento inocente”.
“Encorajo-os a propor formas concretas de promover gestos e políticas de reconciliação, particularmente em terras onde existem feridas profundas devido a conflitos de longa data”, apelou o Pontífice.
Segundo o líder da Igreja Católica, “não é uma tarefa fácil, mas para que os esforços em prol de uma mudança duradoura sejam bem-sucedidos, eles devem incluir formas de tocar os corações e as mentes”.
“Nessa forma particular de encontrar os outros, devemos nos encontrar curando nossas feridas, perdoando-nos pelo mal que fizemos e também pelo mal que não fizemos, mas que carregamos os efeitos. Isso requer paciência, disposição para ouvir, capacidade de se identificar com a dor dos outros e o reconhecimento de que compartilhamos os mesmos sonhos e esperanças”, reforçou.
A conferência internacional reúne em Roma representantes de universidades, ONG e membros da sociedade civil, debatendo “planos de ação” para responder às causas estruturais dos fenômenos migratórios.
Robert Prevost destacou ainda que, “ao formularem seus planos de ação, também é importante lembrar que migrantes e refugiados podem ser testemunhas privilegiadas de esperança por meio de sua resiliência e sua confiança em Deus”.
“Eles frequentemente mantêm sua força enquanto buscam um futuro melhor, apesar dos obstáculos que encontram”, afirmou o religioso, desejando que os participantes da conferência “possam continuar trabalhando para encontrar soluções integrais que promovam uma cultura de encontro, reconciliação e solidariedade fraterna em benefício de todos”. (ANSA).