AVIÃO PAPAL, 2 DEZ (ANSA) – O papa Leão XIV pediu nesta terça-feira (2) que o grupo xiita libanês Hezbollah deponha as armas, em meio às pressões de Israel e dos Estados Unidos pela desmilitarização do movimento.
Durante seu voo de retorno a Roma após uma viagem apostólica pela Turquia e pelo Líbano, o pontífice americano foi questionado por jornalistas se havia recebido a mensagem do Hezbollah solicitando que ele rechaçasse as “agressões de Israel” contra o país árabe.
“Sim, eu vi, e o objetivo é tentar convencer as partes a abandonar as armas e a violência e se reunir na mesa de diálogo para buscar respostas e soluções que não sejam violentas. Essa é a proposta da Igreja”, respondeu o Papa.
“Durante essa viagem [ao Líbano], tive encontros com representantes de autoridades, pessoas e grupos que têm a ver com os conflitos internos e internacionais na região, mas não falamos sobre isso em público nas ruas. Preferimos trabalhar nos bastidores. É isso que fizemos e é isso que continuaremos a fazer”, acrescentou.
Ainda antes de deixar o Líbano, na cerimônia de despedida no Aeroporto de Beirute, Leão XIV havia cobrado o fim dos ataques e das hostilidades no país, mas sem citar Hezbollah nem Israel, que, apesar do cessar-fogo em vigor há cerca de um ano, continua realizando operações esporádicas contra posições e integrantes do grupo xiita, o mais recente deles dias antes da chegada do pontífice.
“Ninguém deve acreditar mais que a luta armada leve a qualquer benefício. As armas matam, e as negociações, a mediação e o diálogo edificam. Escolhamos todos a paz como caminho, não apenas como meta”, disse Leão XIV na ocasião.
Enquanto isso, EUA e Israel seguem pressionando para o Hezbollah entregar as armas, e o governo do premiê Benjamin Netanyahu já ameaçou retomar a guerra caso o grupo não se desmilitarize nas próximas semanas. (ANSA).