VATICANO, 20 MAI (ANSA) – Em uma conversa com um grupo de peruanos na última segunda-feira (19), o papa Leão XIV revelou que não pensava que seria eleito o 267º líder da Igreja Católica durante o conclave convocado após o falecimento de Jorge Bergoglio.
“Desde a morte do papa Francisco, começou aquele mecanismo de longa tradição na Igreja, muito bonito, primeiro das congregações e depois do conclave”, lembrou ele.
“Sinceramente, digo a vocês que nunca me passou pela cabeça que iria acontecer o que aconteceu. E, mais uma vez, penso que o nosso Deus das surpresas fez uma surpresa realmente grande desta vez”, acrescentou. “Como já disse muitas vezes, devemos saber aceitar a vontade de Deus”.
No início do encontro com a delegação do Peru, país onde viveu quase duas décadas como missionário e adquiriu cidadania, Robert Francis Prevost mencionou a “profecia” de uma freira ao contar uma história dos anos 1990.
Ele recordou de 1998, quando trabalhou em Trujillo como professor de seminário, diretor de estudos, pároco, vigário judicial e formador, “tudo ao mesmo tempo”. No entanto, no final daquele ano, ele foi eleito provincial dos agostinianos e voltou para sua terra natal, Chicago, nos Estados Unidos.
“Lá, algumas semanas depois, encontrei uma freira, também provincial, e ela me disse: ‘Padre Robert, nosso Deus é um Deus de surpresas e um dia Ele lha dará outra’. Palavras proféticas até agora, não é mesmo”, disse o Pontífice norte-americano.
Na sequência, Prevost começou a relatar os acontecimentos do último mês, quando “o papa Francisco ainda estava vivo, um pouco doente, talvez estivesse melhorando”.
Leão XIV contou que teve um audiência com o argentino logo depois que ele saiu do hospital e “dava bons sinais”. “Todos esperávamos que ele melhorasse depois chegou a Semana Santa, ele foi visitar a prisão, mas já no ‘Domingo de Páscoa’, percebemos que ele estava bastante doente novamente e, como todos sabemos, na segunda-feira ele morreu”.
Na sequência, o religioso recordou da “história das congregações e do conclave até a ‘surpresa’ de sua eleição”. “Como eu também disse como diretor espiritual, você tem que aceitar a vontade de Deus, colocar sua vida nas mãos do Senhor e dizer: ‘Aqui estou, Senhor, o que você quiser, eu farei’. E com esse espírito estou com você hoje”, enfatizou.
Por fim, o Papa concluiu a audiência com um apreço pelo “testemunho, pela fé, pela comunhão e pela amizade que o Peru pode oferecer ao mundo”. (ANSA).