Papa Leão XIV pede união para encontrar soluções para paz

ROMA, 20 JUN (ANSA) – Em sua primeira entrevista exclusiva, o papa Leão XIV lançou um forte apelo internacional sobre os conflitos armados em curso em todo o mundo, reforçando sua preocupação com o atual contexto, quando “tantos inocentes morrerem”, e pedindo união no encontro de soluções que ponham fim às guerras.   

“[A atual situação mundial] é muito preocupante. Dia e noite, busco acompanhar o que está acontecendo em tantas partes do mundo. Hoje se fala principalmente sobre o Oriente Médio, mas não é apenas ali [que ocorrem guerras]”, declarou o pontífice ao telejornal Tg1 da emissora pública italiana Rai, na última quinta-feira (19), ao final de sua visita ao centro de transmissão da Rádio Vaticano, em Santa Maria di Galeria.   

“Vamos nos unir para encontrar soluções para os conflitos”, renovou Robert Prevost o seu apelo pela paz, destacando para se “evitar o uso de armamentos e buscar o diálogo por meio de instrumentos diplomáticos”, já que “tantos inocentes estão morrendo e é preciso promover a paz sempre”.   

A declaração do Papa ao Tg1 reforçou a disponibilidade do Vaticano em mediar uma negociação sobre o confronto no Irã, já sinalizada por ele.   

Conforme disse o embaixador iraniano Mohammad Hossein Mokhtar ontem, “se a Santa Sé sugerir, eu seria o primeiro a garantir a disposição do Irã de se sentar à mesa no Vaticano com os Estados Unidos para tratar de questões nucleares”, mas sob uma condição: “É necessário deter a agressão do regime sionista”.   

Já na quarta-feira (18), durante a audiência geral, Leão XIV já havia afirmado que “o coração da Igreja está dilacerado pelos gritos que se elevam dos lugares em confrontos, em particular da Ucrânia, do Irã, de Israel e de Gaza”.   

“Não devemos nos habituar à guerra”, disse na ocasião o líder católico, antes de repetir as palavras de alguns de seus antecessores: “Em nome da dignidade humana e do direito internacional”, como “papa Francisco costumava dizer: a guerra é sempre uma derrota!”, e como dizia Pio XII: “Nada se perde com a paz. Tudo se perde com a guerra”. (ANSA).