Papa Leão XIV pede fim de guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza

REUTERS/Yara Nardi/File Photo
FILE PHOTO: Newly elected Pope Leo XIV, Cardinal Robert Prevost of the United States appears on the balcony of St. Peter's Basilica, at the Vatican, May 8, 2025. Foto: REUTERS/Yara Nardi/File Photo

O papa Leão XIV voltou a apelar nesta quarta-feira (28) por negociações de paz na Ucrânia, expressando sua solidariedade às vítimas dos ataques russos nos últimos dias, e pediu um cessar-fogo na Faixa de Gaza, palco de uma guerra entre Israel e o Hamas.

Durante a tradicional audiência geral na Praça São Pedro, o Pontífice norte-americano renovou “com veemência” o seu “apelo para travar a guerra e apoiar todas as iniciativas de diálogo e de paz”.

“Nestes dias, meu pensamento se dirige frequentemente ao povo ucraniano, atingido por novos e graves ataques contra civis e infraestrutura. Garanto minha proximidade e minhas orações por todas as vítimas, especialmente pelas crianças e famílias”, declarou ele.

O novo líder da Igreja Católica pediu ainda a todos os fiéis para se unirem “em oração pela paz na Ucrânia e onde quer que haja sofrimento por causa da guerra”.

Além disso, Robert Francis Prevost denunciou a morte de crianças e a fome da população civil na Faixa de Gaza, voltando a apelar por um cessar-fogo no enclave palestino e à libertação dos reféns.

“Da Faixa de Gaza, os gritos de mães e pais que seguram os corpos sem vida de crianças elevam-se cada vez mais intensamente ao céu, e que são constantemente forçados a se deslocar em busca de um pouco de comida e um abrigo mais seguro contra os bombardeios”, destacou.

O Santo Padre renovou seu apelo “aos responsáveis” por um cessar-fogo, pela libertação de todos os reféns e pelo respeito pleno do direito humanitário. “Maria, Rainha da Paz, rogai por nós”, concluiu.

Desde sua eleição, em 8 de maio, Prevost tem citado uma das bandeiras do pontificado do papa Francisco e feito fortes apelos pela paz duradoura e por um “cessar-fogo imediato” na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

Nos últimos dias, inclusive, o religioso ofereceu o Vaticano para sediar as negociações diretas entre Moscou e Kiev em uma tentativa de alcançar o fim da guerra. O governo do presidente Vladimir Putin, porém, rejeitou a proposta, considerando-a “irrealista”.

Segundo o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, “é improvável” que Moscou aceite a proposta, tendo em vista que seu país tem viés cristão ortodoxo.

Em 16 de maio, os governos russo e ucraniano realizaram os seus primeiros contatos diretos em mais de três anos na Turquia, acordando a troca de mil prisioneiros de cada lado.

Por sua vez, a Faixa de Gaza continua sendo alvo de ataques e milhares de palestinos estão desnutridos devido ao bloqueio de ajuda humanitária. Nesta semana, Israel começou a permitir a entrada de suprimentos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) enfatizou que a ajuda permitida é insuficiente para as necessidades da população do enclave palestino. Ontem, uma multidão de palestinos deslocados invadiu o complexo de ajuda humanitária na área de Rafah.