O papa Leão XIV pediu neste sábado, 13, que os diplomatas sejam homens e mulheres de diálogo “para preservar e promover a paz”, pois ela “é o dever que une a humanidade em uma busca comum pela justiça”.
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A declaração foi dada pelo Pontífice aos participantes do Jubileu da Diplomacia Italiana, liderados pelo vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, na Sala Paulo VI.
Ao recordar o discurso histórico de São Paulo VI à Assembleia das Nações Unidas, há 60 anos, o Pontífice apelou: “Basta de guerras, basta de guerras! A paz, a paz deve guiar o destino dos povos e de toda a humanidade!”.
Segundo Leão XVI, a paz é “o bem definitivo e eterno” e exige leitura atenta dos “sinais dos tempos”, à luz do humanismo cristão que fundamenta a cultura italiana e europeia: “A paz é o dever que une a humanidade em uma busca comum pela justiça”.
O Papa também enfatizou a centralidade da palavra na ação diplomática. “Só é fiel à sua palavra quem é honesto e coerente”, disse, advertindo contra a “guerra de palavras” marcada por insultos, propaganda e mentiras.
Para ele, o oposto do diálogo não é o silêncio, mas a ofensa.
Portanto, “quem sabe o que dizer não precisa de muitas palavras, mas das certas”.
“Num contexto internacional marcado por abusos e conflitos, lembremos que o oposto do diálogo não é o silêncio, mas a ofensa. Enquanto o silêncio nos abre à escuta e acolhe a voz daqueles que nos precederam, a ofensa é um ataque verbal, uma guerra de palavras armada com mentiras, propaganda e hipocrisia”, alertou.
Por isso, pediu a todos um compromisso de “desarmar as proclamações e os discursos, cultivando não só a sua beleza e precisão, mas sobretudo a sua honestidade e prudência”.
“Quem sabe o que dizer não precisa de muitas palavras, mas apenas das certas: pratiquemos, portanto, o compartilhamento de palavras que façam o bem, a escolha de palavras que construam entendimento, o testemunho de palavras que corrijam erros e perdoem ofensas. Quem se cansa do diálogo se cansa de esperar pela paz”, acrescentou.
Por fim, o líder da Igreja Católica apelou por perseverança nas negociações e acordos. “Não se cansem de fazer acordos sem voltar atrás”, disse, destacando que a esperança é essencial à missão diplomática.
“Só quem verdadeiramente espera procura e apoia o diálogo entre as partes”, afirmou, acrescentando que pactos e tratados devem expressar proximidade de coração, e não se reduzir a formalidades.
Por fim, o pontífice alertou contra uma diplomacia guiada por cálculos egoístas ou jogos de poder entre rivais. “A autêntica missão diplomática distingue-se pela busca sincera da reconciliação”, concluiu, convidando os presentes a se inspirarem no exemplo de Jesus e a viverem o diálogo como fundamento das relações humanas.