O papa Francisco é hoje a principal liderança em busca de um mundo no qual todos os povos e todas as religiões honrem seus compromissos éticos e civilizatórios. Um dos mais significativos gestos nessa direção Francisco deu na semana passada, quando, em visita ao Canadá, pediu perdão pelas atrocidades cometidas pela Igreja Católica naquele país contra as mais diversas etnias indígenas. Entre 1880 e 1990, cento e dez anos, portanto, pelo menos cento e cinquenta mil crianças foram separadas à força de suas famílias para serem aculturadas – em uma terminologia menos antropológica, o intuito era que conseguissem assimilar os costumes ocidentais e esquecessem suas culturas. Nas instituições em que passaram a viver, controladas por autoridades católicas, essas crianças passaram sede e fome, sofreram espancamentos e abusos sexuais. No ano passado, uma vala comum foi descoberta com duzentos e quinze corpos – estima-se que o número de crianças que foram mortas chegue à casa das dez mil. O pedido de perdão de Francisco, aceito por algumas lideranças indígenas e rejeitado por outras, talvez não cicatrizes feridas históricas, mas pacifica as relações entre o governo canadense e o Vaticano.

“Peço perdão pelo  modo que membros  da Igreja Católica cooperaram, indiferentes, com esse projeto de destruição humana” Papa Francisco, em pronunciamento em Maskawacis, no Canadá

LIVROS
Desembarca no Brasil um monumento da literatura:  O Infinito em um Junco

ESCRITORA A espanhola Irene Vallejo: traduzida para trinta idiomas (Crédito:Divulgação)

Ainda estamos em 2021, mas podemos vaticinar que o livro O Infinito em um Junco, de autoria da pesquisadora e exímia escritora espanhola Irene Vallejo, figurará entre as melhores obras do século XXI. A mais direta das explicações: ela escreveu sobre a história e trajetória do próprio livro através do tempo, abrangendo um período que vai do final da Grécia Antiga (século IV a.C) até a Guerra da Bósnia (1992 a 1995). Já traduzido para trinta idiomas, a obra de Irene desembarca agora no Brasil (editora Intrínseca). Uma curiosidade: por meio dela fica-se sabendo que um dos mais famosos e clássicos discursos de todos os tempos, o do político Péricles, na Grécia Antiga, foi escrito por sua mulher, Aspásia de Mileto.

Sob nova gestão, portal da Editora Três  busca liderança no digital

Entre Empreendimentos arrematou os direitos digitais de IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, além de mais cinco títulos, por R$ 15 milhões. O contrato não abrange as versões impressas e aplicativos das publicações

A aquisição do portal da Editora Três pela Entre Investimentos, anunciada na semana passada, resultará na criação de um dos maiores grupos de comunicação do país. A rede de sites compreende sete títulos consagrados no mercado editorial: IstoÉ, IstoÉ Dinheiro, Gente, Dinheiro Rural, Planeta, Menu e Motor Show. A Entre arrematou o portal por R$ 15 milhões — o contrato não abrange as versões impressas e aplicativos das revistas.

O objetivo é que o novo portal supere em audiência os principais sites de notícias do Brasil. Segundo dados do Comscore, a audiência média de IstoÉ nos últimos seis meses de mensuração — dezembro a maio — chegou a 18 milhões de usuários únicos mensais. O número coloca o site no top 5 da categoria notícias da internet brasileira. No caso de IstoÉ Dinheiro, a audiência média para o mesmo período ultrapassa os 10 milhões de usuários únicos.

“Os títulos da Editora Três já figuram entre os líderes de notícias do Brasil, e agora entram em um processo de crescimento e evolução contínuos, tanto em volume como em qualidade do conteúdo jornalístico produzido”, diz o presidente-executivo da editora, Caco Alzugaray.

A Editora Três seguirá com Alzugaray na presidência-executiva e o portal ficará sob comando de Antônio Carlos Freixo Junior. “Tanto a editora como o portal se mostram totalmente interessados em evoluir com novas parcerias, a serem construídas em comum acordo, tanto na área de conteúdo como na comercial”, diz Alzugaray. Pelo acordo, a Três será remunerada pela produção dos conteúdos de IstoÉ, IstoÉ Dinheiro, Motor Show e Dinheiro Rural por um período de 20 anos. A linha editorial dos conteúdos produzidos pelos veículos também continuará a ser liderada pela Editora Três. O portal terá uma equipe própria para cuidar da publicação e curadoria do conteúdo.

“O padrão de qualidade e de confiança do material produzido pelos títulos, que estão entre os mais tradicionais e sérios do jornalismo no país, vai ganhar agora ainda mais robustez para levar a melhor e mais responsável informação aos brasileiros sobre a situação do país e do mundo, seja na política, na economia, na cultura e em todas as áreas”, afirma Freixo.