Papa Francisco faz apelo por fraternidade entre religiões

CIDADE DO VATICANO, 5 JAN (ANSA) – Em sua primeira intenção de oração de 2021 divulgada nesta terça-feira (5), o papa Francisco fez um apelo à fraternidade humana, convidado os católicos a ver no outro “um irmão, uma irmã”, seja qual for a sua religião.   

“Rezemos para que o Senhor nos dê a graça de viver em plena fraternidade com os irmãos e irmãs de outras religiões, sem brigar, orando uns pelos outros, abrindo-nos a todos”, pediu o Pontífice em uma mensagem em vídeo compartilhada pela Rede Mundial de Oração do Papa.   

Francisco ainda apela, diante de todos os desafios da humanidade, para os fiéis se abrirem e unirem, como seres humanos, “com aqueles que rezam seguindo outras culturas, outras tradições e outras crenças”.   

“Somos irmãos que rezam. A fraternidade leva-nos a abrirmo-nos ao Pai de todos e a ver no outro um irmão, uma irmã, para partilhar a vida ou para se apoiar mutuamente, para amar, para conhecer”, acrescenta.   

Segundo o argentino, “a Igreja valoriza a ação de Deus nas outras religiões”, sem esquecer que, para os cristãos, “a fonte da dignidade humana e da fraternidade está no Evangelho de Jesus”.   

“Nós, os crentes, devemos voltar às nossas fontes e concentrar-nos no que é essencial. O essencial da nossa fé é a adoração a Deus e o amor ao próximo”, enfatiza.   

Com o tema “Ao serviço da fraternidade”, a oração do Papa vai de encontro com sua última encíclica “Fratelli tutti” (“Todos Irmãos”), na qual defende que todos estão convencidos de que “somente com esta consciência de filhos que não são órfãos podemos viver em paz entre nós”.   

Para Francisco, as diferenças entre as pessoas que professam distintas religiões ou vivem de acordo com outras tradições não devem impedir que se chegue a uma cultura do encontro.   

No documento, Jorge Bergoglio destaca o papel das religiões na construção da fraternidade e na rejeição do extremismo. “As religiões nunca incitam à guerra e não solicitam sentimentos de ódio, hostilidade, extremismo nem convidam à violência ou ao derramamento de sangue”, escreve. (ANSA)