O papa Francisco morreu na madrugada desta segunda-feira, 21, aos 88 anos.
“Esta manhã, às 7h35 (2h35 em Brasília), o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai”, anunciou o Cardeal Kevin Farrell em um comunicado publicado pelo Vaticano em seu canal do Telegram.
Francisco foi o primeiro papa da América Latina, o primeiro jesuíta à frente da Igreja Católica. E nunca antes um líder da Igreja escolhera este nome tão programático, porque evoca Francisco de Assis (1182-1226).
Advertências ao mundo
Em seus primeiros anos, Francisco fez seus discursos políticos mais fortes, atuando como defensor dos pobres e do Sul global: em 2014, perante o Parlamento Europeu em Estrasburgo, em 2015 perante o Congresso dos Estados Unidos, em Washington, e as Nações Unidas, em Nova York. Ele falou de uma “Europa um tanto envelhecida e oprimida”, uma “cultura descartável” e um “consumismo desenfreado”. A Europa deveria envolver-se novamente em prol da paz e da dignidade humana de todos.
O papa também reclamou na ONU sobre a “cultura do descarte” que atinge mais duramente os mais pobres, e instou a comunidade internacional a implementar reformas rápidas e fazer mais na ajuda ao desenvolvimento e na proteção do clima.
Mas também foi o chefe da Igreja em tempos em que se espalhavam o nacionalismo e a rejeição do multilateralismo e do diálogo, quando o populismo ganhava força na política mundial. Em geral, fazia suas advertências sorridente.
Talvez por razões políticas, muitos governantes queriam uma foto com o clérigo, mas ignoravam suas palavras. Francisco sentiu o mesmo com sua encíclica Laudato si, de 2015. Este grande ensinamento para a integridade da Criação parece uma acusação política − mas raramente foi escutado.