Papa Francisco condena ‘aqueles que acumulam vacinas’ anti-Covid

CIDADE DO VATICANO, 11 MAR (ANSA) – O papa Francisco reiterou seu pedido para que as vacinas e tratamentos contra o novo coronavírus Sars-CoV-2 sejam disponibilizados para toda a população mundial, “especialmente os mais vulneráveis”, e condenou aqueles que acumulam os imunizantes.   

O novo apelo foi feito em uma carta ao juiz argentino Roberto Andrés Gallardo para agradecer pelo trabalho que está realizando sobre o problema da escassez de vacinas junto ao comitê Pan-americano de Juízes dos Direitos Sociais e da Doutrina Franciscana, criado em junho de 2019 no Vaticano.   

“Aqueles que acumulam vacinas, aqueles que colocam a ênfase na propriedade intelectual, aqueles que bloqueiam o fornecimento de medicamentos, estão errados e acabarão sendo vítimas de sua própria miopia”, advertiu o Papa.   

No documento revelado pelo jornal “La Nacion” nesta quinta-feira (11), Francisco responde a Gallardo, depois do magistrado informar ao religioso que enviou um comunicado às Organizações Mundial da Saúde (OMS) e do Comércio (OMC) para alertar sobre a urgente e necessária revisão dos mecanismos de produção, comercialização e distribuição de vacinas.   

“Partilho a preocupação. A humanidade se salva e o vírus é neutralizado com vacinas e medicamentos para todas as pessoas, independentemente do país a que pertençam”, reiterou o líder da Igreja Católica.   

O Papa condenou “os que acumulam vacinas” e explicou que “mesmo os países que têm mais e melhor vacinados precisam da vacinação em outros países para manter suas fronteiras abertas e recuperar a normalidade nas relações internacionais”.   

“Esperamos que a comunicação do Comitê à OMS e à OMC contribua para mitigar essas circunstâncias”, concluiu Francisco, que foi vacinado no Vaticano no início de janeiro e voltou na última segunda-feira (8) de sua viagem histórica ao Iraque, realizada apesar da pandemia de Covid-19.   

Desde o ano passado, o argentino tem alertado sobre a campanha de vacinação contra o novo coronavírus. O Pontífice, inclusive, denunciou a existência de “interesses” que podem comprometer o imunizante.   

Para ele, a pandemia atinge todos e a humanidade só conseguirá sair dessa crise sanitária “melhor” se buscar o “bem comum”.   

(ANSA)