Papa exalta ‘pobres e oprimidos da Terra’ em homilia

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Papa Francisco Foto: AFP/Arquivos

O papa Francisco pediu que os fiéis se tornem “mensageiros de esperança” em defesa de “todos os pobres e oprimidos da Terra” e de “mulheres humilhadas e assassinadas”, em sua homilia preparada para a Vigília Pascal, uma das ocasiões mais importantes do calendário católico e realizada neste sábado (19), na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

O texto foi lido pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do colégio cardinalício e escolhido pelo pontífice de 88 anos para representá-lo na cerimônia enquanto ele ainda se recupera de uma grave pneumonia bilateral.

O Papa chegou a aparecer brevemente na basílica antes da Vigília Pascal e foi aplaudido pelos fiéis presentes no local, mas não ficou para a celebração e retornou para a Casa Santa Marta, onde tem se mantido recluso desde que recebeu alta do Hospital Agostino Gemelli, em 23 de março.

“Reproduzir a Páscoa na nossa vida e tornarmo-nos mensageiros de esperança, construtores de esperança, enquanto tantos ventos de morte ainda sopram sobre nós”, escreveu Jorge Bergoglio na homilia.

“Toda a nossa vida pode ser uma presença de esperança […] para os que desistiram ou estão curvados sob o peso da vida, para quem está sozinho ou fechado na própria dor, para todos os pobres e oprimidos da Terra, para as mulheres humilhadas e assassinadas, para as crianças maltratadas e para aquelas que nunca nasceram, para as vítimas da guerra”, acrescentou.

Segundo o pontífice, não é possível celebrar a Páscoa “sem enfrentar as noites que trazemos no coração e as sombras de morte que muitas vezes pairam sobre o mundo”.

“Quando ainda sentimos o peso da morte dentro do nosso coração, quando vemos as sombras do mal que continuam a sua marcha ruidosa no mundo, quando sentimos arder as feridas do egoísmo ou da violência na nossa carne e na nossa sociedade, não desanimemos. Ainda que estejamos nas trevas, a luz brilha lentamente; aguarda-nos a esperança de uma vida nova e de um mundo finalmente libertado”, salientou.

Essa é a primeira vez desde o início de seu pontificado que Bergoglio não participa presencialmente das celebrações da Semana Santa, mas os fiéis ainda alimentam a esperança de uma possível aparição neste domingo (20).

O Vaticano revelou que o Papa deseja presidir a bênção “Urbi et Orbi” (“À cidade e ao mundo”), que acontece logo após a missa de Páscoa e na qual o pontífice percorre as principais crises da atualidade, mas isso dependerá das condições de saúde do líder católico.

Francisco ainda se recupera de uma pneumonia que o deixou à beira da morte e deve ficar de repouso pelo menos até o fim de maio, enquanto realiza sessões diárias de fisioterapia para recuperar plenamente a capacidade respiratória e de fala.