Papa diz que economia deve visar a ‘bem comum’ e não só ‘lucro’

VATICANO, 13 NOV (ANSA) – O papa Leão XIV destacou as relações entre o setor econômico e o bem-estar social em mensagem dedicada à 31ª Conferência Industrial Argentina, que ocorre nesta quinta-feira (13) em Buenos Aires. Ele citou a atuação do empreendedor católico franco-argentino Enrique Shaw como modelo a ser seguido.   

“O bem comum exige que a produção e o lucro não sejam buscados de forma isolada, mas orientados para a promoção integral de cada homem e mulher”, afirmou Robert Prevost, citando as ideias do antigo pontífice Leão XIII, que viveu no século 19 e de quem se inspirou para a obtenção de seu nome papal.   

“A economia não é um fim em si mesma, mas sim, um aspecto essencial, embora parcial, do tecido social, no qual se desenvolve o plano do amor de Deus a cada ser humano”, acrescentou o atual líder da Igreja Católica, citando os ensinamentos de Giocchino Pecci, pronunciados há “mais de 130 anos”, como “incrivelmente atuais”.   

Leão XIV mencionou ainda como exemplo desse feito o empresário franco-argentino Enrique Shaw (1921-1962), que promoveu o crescimento dos negócios através da doutrina social católica, vindo a fundar Associação Cristã de Executivos de Empresas. Por isso, ele é considerado “venerável” pela Igreja.   

Shaw “compreendeu que a indústria não era somente um mecanismo produtivo, nem um meio de acumular capital, mas uma verdadeira comunidade de pessoas chamadas a crescer juntas”, exaltou Prevost, citando algumas de suas escolhas “inspiradas nos valores do evangelho” como empresário: oferecer salários justos, incentivar programas de formação, preocupar-se com a saúde de seus funcionários e acompanhar “as necessidades mais urgentes” de suas famílias.   

“O exemplo de Shaw revela como o mundo precisa com urgência de empreendedores e gestores que, por amor a Deus e ao próximo, trabalhem por uma economia que esteja a serviço do bem comum”, concluiu Leão XIV. (ANSA).