Papa diz que é preciso perdoar traições e ‘deixar o outro livre’

ROMA, 20 AGO (ANSA) – O papa Leão XIV defendeu nesta quarta-feira (20) que é preciso perdoar traições e disse que “sempre existe uma maneira de continuar a amar”, mesmo quando “tudo parece comprometido”.   

As declarações foram dadas na audiência geral do pontífice americano, que recuperou um tema já abordado por ele algumas vezes ao longo das últimas semanas.   

“Quantos relacionamentos se rompem, quantas histórias se complicam, quantas palavras não ditas permanecem suspensas. No entanto o Evangelho nos mostra que sempre há uma maneira de continuar amando, mesmo quando tudo parece irreparavelmente comprometido”, afirmou o Papa para os fiéis no Vaticano.   

“Como Jesus nos ensina, amar significa deixar o outro livre, inclusive para trair, sem nunca deixar de acreditar que até essa liberdade, ferida e perdida, pode ser arrancada do engano das trevas e devolvida à luz do bem”, acrescentou.   

Segundo Leão XIV, perdoar não significa “negar o mal”, mas sim impedi-lo de “gerar outro mal”. “Não é dizer que não aconteceu nada, mas fazer todo o possível para que não seja o rancor a decidir o futuro. Não é esquecimento, não é fraqueza, é a capacidade de deixar o outro livre, mesmo o amando até o fim”, afirmou Robert Prevost.   

O Papa ainda salientou que é preciso resistir à tentação de “devolver o golpe” e “se fechar em si”. “Podemos seguir em frente com dignidade, sem renunciar ao amor. Peçamos a graça de saber perdoar, mesmo quando nos sentimos incompreendidos, abandonados. Porque é precisamente nessas horas que o amor pode atingir o seu ápice”, declarou. (ANSA).