VATICANO, 2 JUN (ANSA) – O papa Leão XIV defendeu nesta segunda-feira (2) a necessidade de mostrar aos jovens casais que moram juntos a “beleza do matrimônio” cristão e lamentou que no passado a Igreja tenha representado “uma religião moralista e pouco atraente”.
A mensagem foi enviada aos participantes do seminário “Evangelizar com as famílias de hoje e de amanhã. Desafios eclesiológicos e pastorais”, organizado pelo Dicastério para os Leigos, a Família e Vida, que acontecerá até amanhã (3), um dia após o Jubileu das Famílias.
“Talvez muitos jovens, que hoje optam pela coabitação em vez do matrimônio cristão, precisem de alguém que lhes mostre de forma concreta e compreensível, especialmente com o exemplo da vida, o que é o dom da graça sacramental e qual a força que dela advém”, afirmou o religioso.
Robert Francis Prevost destacou que é preciso ajudar esses casais a compreender “a beleza e a grandeza da vocação ao amor e ao serviço da vida” que Deus concede aos esposos”. Ontem (1º), o Pontífice já havia dito, na missa pelo Jubileu das Famílias, no Vaticano, que o matrimônio representa o “amor verdadeiro entre o homem e a mulher”.
Da mesma forma, o religioso explicou que, muitos pais, ao educarem seus filhos na fé, precisam de comunidades que os apoiem na criação de condições para que possam encontrar Jesus.
Segundo o líder da Igreja Católica, “o nosso tempo é caracterizado por uma crescente busca pela espiritualidade, especialmente entre os jovens, que desejam relacionamentos autênticos e mestres de vida”.
Precisamente por isso, “é importante que a comunidade cristã saiba lançar o seu olhar para o futuro, tornando-se guardiã, diante dos desafios do mundo, do anseio de fé que habita o coração de cada pessoa”.
Desta forma, Leão XIV reforçou que “é particularmente urgente, neste esforço, prestar especial atenção às famílias que, por vários motivos, estão espiritualmente mais distantes: aquelas que não se sentem envolvidas, que dizem não estar interessadas, ou que se sentem excluídas dos caminhos comuns, mas que, no entanto, gostariam de fazer parte de uma comunidade, para crescer e caminhar”.
Prevost lamentou que “há pais e mães, crianças, jovens e adolescentes, às vezes alienados por modelos ilusórios de vida, onde não há espaço para a fé, para cuja difusão contribui em grande parte o uso distorcido de meios potencialmente bons em si mesmos – como as mídias sociais – mas nocivos quando são veículos de mensagens enganosas”.
Na mensagem, o Santo Padre recordou que a missão da Igreja é sair e “pescar” a humanidade para “salvá-la das águas do mal”.
“Quantas vezes, talvez em um passado não tão distante, esquecemos esta verdade e apresentamos a vida cristã principalmente como um conjunto de preceitos a serem respeitados, substituindo a experiência maravilhosa do encontro com Jesus por uma religião moralista, pesada, pouco atraente e, sob muitos pontos de vista, impossível de realizar na vida cotidiana”, questionou o Papa.
“Peço que vocês se unam aos esforços de toda a Igreja para ajudar essas famílias que, sozinhas, não conseguem se aproximar”, concluiu Leão XIV, apelando para os sacerdotes e leigos tornarem-se “pescadores de famílias”. (ANSA).