Líderes de uma centena de denominações cristãs participaram, neste sábado (30), no Vaticano, de uma vigília ecumênica na presença do papa Francisco, que os convidou a “caminhar juntos”, às vésperas de um importante sínodo católico.

Entre os participantes desta vigília, denominada “Together” (Juntos), estavam o patriarca ecumênico Bartolomeu I, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby (primaz da Igreja Anglicana), e representantes de correntes pentecostais, evangélicas e luteranas.

Após a oração, os líderes religiosos abençoaram em conjunto os milhares de fiéis reunidos na praça de São Pedro, em uma cerimônia inédita no Vaticano.

O encontro antecede o início dos trabalhos, em 4 de outubro, da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, durante a qual cerca de 400 pessoas, incluindo mulheres e laicos, farão uma reflexão sobre o futuro da Igreja católica, com base em uma ampla consulta mundial.

Em sua homilia, Francisco pediu que “o Sínodo seja Kairós [o momento] da fraternidade, o lugar onde o Espírito Santo purifique a Igreja dos rumores, das ideologias e das polarizações” e instou os cristãos a “caminhar juntos”.

A vigília representa “um momento muito importante, no qual o papa convida os dirigentes de outras Igrejas (…) porque nós queremos a unidade dos cristãos pela paz da humanidade”, disse à AFP o religioso Alois Löser, prior da Comunidade de Taizé, organizadora do evento ecumênico.

“O Sínodo vai requerer momentos de respiração, de unidade”, acrescentou.

Desde que foi eleito, em 2013, o pontífice argentino acordou um amplo espaço ao diálogo com outras confissões cristãs e multiplicou os gestos de amizade para com outras comunidades.

Em 2016, ele se reuniu com o patriarca russo Cirilo, no primeiro encontro deste nível entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente desde o cisma de 1054, embora a relação entre ambos tenha sido em seguida afetada pela guerra na Ucrânia.

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