VATICANO, 18 JUL (ANSA) – O papa Leão XIV chamou de “injustificável” o ataque de Israel contra a Igreja da Sagrada Família, única paróquia católica da Faixa de Gaza, que matou três pessoas e deixou mais de 10 feridos na última quinta-feira (17).
Segundo a Sala de Imprensa do Vaticano, o pontífice americano telefonou nesta manhã para o patriarca latino de Jerusalém, o cardeal italiano Pierbattista Pizzaballa, para inteirar-se da situação e expressar seu “apoio e afeto”.
Sem citar Israel, o Papa lamentou o “ataque injustificável” contra a paróquia, que fica na Cidade de Gaza, principal centro urbano do enclave palestino, e prometeu “fazer todo o possível para impedir esse inútil massacre de inocentes”.
De acordo com a Santa Sé, Leão XIV também telefonou para o sacerdote Carlos Ferrero, provincial do Instituto do Verbo Encarnado, ao qual pertence o padre Gabriel Romanelli, ferido no ataque israelense, para expressar “solidariedade” e assegurar “orações e um incessante compromisso pela paz, único caminho que preserva a humanidade de todas as partes”.
Não está claro se Robert Prevost falou ou não com Romanelli, que costumava receber telefonemas diários do papa Francisco, incluindo nos últimos dias de vida do finado pontífice, para atualizá-lo sobre a situação em Gaza.
A ligação para Pizzaballa ocorreu no momento em que o cardeal iniciou uma missão “eclesiástica” no enclave ao lado de Teófilo III, patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém, para encontrar a comunidade cristã e levar a solidariedade das igrejas da Terra Santa.
Pizzaballa também poderá avaliar pessoalmente as exigências humanitárias dos cristãos de Gaza para direcionar a resposta da Igreja Católica. “Eles não serão esquecidos nem abandonados”, diz uma nota do Patriarcado Latino de Jerusalém, ao qual a Igreja da Sagrada Família está subordinada.
O comboio cristão entrou em Gaza com “centenas de toneladas de itens alimentares, além de kits de pronto-socorro e equipamentos médicos de necessidade urgente”, segundo o comunicado. O Patriarcado também obteve autorização para evacuar pessoas feridas no ataque, que o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, definiu como um “erro”.
“Israel lamenta profundamente que um tiro perdido tenha atingido a Igreja da Sagrada Família em Gaza. Cada vida inocente perdida é uma tragédia. Compartilhamos da dor das famílias e dos fiéis”, afirmou o gabinete do primeiro-ministro.
Desde o início da guerra, em 23 de outubro de 2023, quase 60 mil pessoas foram mortas em ataques israelenses no enclave, segundo o Hamas. Os conflitos foram desencadeados por atentados terroristas do grupo islâmico que fizeram 1,2 mil vítimas em Israel. (ANSA).