VATICANO, 15 ABR (ANSA) – O papa Francisco realizou nesta sexta-feira (15) a missa da Paixão do Senhor e pediu uma paz “duradoura” no mundo.   

A celebração ocorreu na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia, e não teve restrições de público pela primeira vez desde o início da pandemia de Covid-19.   

“Deus onipotente e eterno, estão em tuas mãos as esperanças dos homens e os direitos de todos os povos. Auxilie com sua sabedoria aqueles que nos governam para que, com sua ajuda, promovam em toda a Terra uma paz duradoura, a prosperidade dos povos e a liberdade religiosa”, disse Francisco durante sua oração.   

“Deus misericordioso e forte, aniquile as guerras e abaixe os orgulhosos, afaste horrores e lágrimas da humanidade o quanto antes para que todos possamos ser chamados verdadeiramente de teus filhos”, acrescentou.   

Como de costume, a homilia da missa da Paixão ficou a cargo do pregador oficial da Casa Pontifícia, cardeal Raniero Cantalamessa, que também aludiu à guerra na Ucrânia.   

“Neste ano celebramos a Páscoa não sob o som alegre dos sinos, mas sim com o barulho sinistro de bombas e explosões devastadoras que acontecem não longe daqui. Uma coisa que os eventos recentes nos lembram é que os equilíbrios do mundo podem mudar de um dia para outro”, disse.   

Segundo Cantalamessa, existe apenas uma maneira de “subtrair-se à corrente do tempo que arrasta tudo consigo”. “Colocar os pés em terra firme. Páscoa significa passagem. Façamos todos uma verdadeira Páscoa neste ano. Passamos Àquele que não passa”, acrescentou.   

Dores – Com dores crônicas nas pernas, o Papa quebrou uma das tradições da missa da Paixão do Senhor e não rezou deitado no chão diante do crucifixo da Basílica de São Pedro.   

O líder da Igreja Católica apenas parou para uma oração silenciosa e com a cabeça inclinada. Nos anos anteriores, Jorge Bergoglio sempre fez questão de se prostrar no piso da basílica, mas as recorrentes dores nos joelhos forçaram a Santa Sé a promover mudanças nas liturgias para não cansá-lo excessivamente.   

“Minha saúde anda um pouco caprichosa. Tenho esse problema no joelho que me causa dificuldades para andar”, revelou Francisco no último dia 3 de abril, ao voltar de uma viagem para Malta.   

O Papa tem 85 anos e também sofre de problemas crônicos no ciático, nervo que vai do fim da coluna lombar até os pés.   

(ANSA).