Francisco surpreendeu os fiéis na Praça de São Pedro, ao fazer sua primeira aparição pública desde 23 de março, quando deixou o hospital, após 38 dias internado.O papa Francisco fez uma aparição surpresa neste domingo (06/04) diante dos fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano, ao final da missa do Jubileu dos Enfermos, dedicada aos doentes.
Esta foi a primeira aparição pública do pontífice, de 88 anos, desde 23 de março, quando ele deixou a clínica Gemelli, em Roma, após 38 dias internado devido a uma pneumonia bilateral e outros problemas respiratórios. Ainda convalescente de seus problemas de saúde, ele esteve desde então isolado em sua residência no Vaticano.
Francisco foi levado em uma cadeira de rodas desde o interior da Basílica de São Pedro até o altar na praça para missas públicas e falou brevemente, com alguma dificuldade devido às cânulas nasais que usa para receber oxigênio.
"Bom domingo a todos, muito obrigado", disse Francisco aos fiéis, antes de percorrer parte da praça, distribuindo bênçãos.
"Viva o papa!"
Os fiéis o saudaram com emoção, aplausos e gritos de "Viva o papa!"
Depois, uma mulher leu uma mensagem em seu nome, na qual saudou "com carinho" todos os que participaram da missa do Jubileu dos Enfermos e agradeceu "do fundo do coração" pelas orações por sua saúde.
Cercado por uma massa de smartphones e câmeras, sua voz era frágil, porém mais audível do que quando deixou a clínica Gemelli em 23 de março.
o entanto, o jesuíta passou a manhã de domingo abençoando as massas reunidas na praça ensolarada, em um sinal encorajador para sua saúde duas semanas antes de os cristãos de todo o mundo celebrarem a Páscoa.
Poucos minutos antes de sua aparição surpresa, o líder dos 1,4 bilhão de católicos do mundo recebeu o sacramento na Catedral de São Pedro, disse o Vaticano em um comunicado no Telegram.
Saúde apresenta melhora
As últimas informações médicas fornecidas pela Santa Sé indicam que sua saúde está melhorando à medida que continua sua terapia medicamentosa e fisioterapia motora e respiratória.
Sua fala também está melhorando e, embora ainda precise de oxigênio por meio de cânulas nasais, o fluxo é reduzido em certos momentos do dia.
Embora esteja sendo assistido em sua recuperação por profissionais de saúde dia e noite em sua residência no Vaticano, Francisco não recebeu nenhuma visita desde que foi liberado do hospital Gemelli.
No entanto, ele retomou seus deveres papais, principalmente ao editar e assinar documentos, de acordo com a Santa Sé.
Com a convalescença do papa, as missas mais importantes estão sendo celebradas pelos cardeais, e ainda não está claro qual será o papel do pontífice nos ritos da Semana Santa.
Apelo pela paz
Como nas semanas anteriores, Francisco não leu neste domingo a oração habitual do Angelus, que foi publicada por escrito.
"Rezo pelos médicos, enfermeiros e profissionais da saúde, que nem sempre são ajudados a trabalhar em condições adequadas e que, às vezes, são até vítimas de ataques”, escreveu o pontífice. "Sua missão não é fácil e deve ser apoiada e respeitada."
Sua mensagem continuou oferecendo uma oração pelo fim dos conflitos mundiais, mencionando, por sua vez, a Ucrânia, o Sudão, o vizinho Sudão do Sul, a República Democrática do Congo, Mianmar e o Haiti.
Francisco também orou pelo Oriente Médio e, especialmente, por Gaza, onde Israel, na semana passada, lançou novamente uma ofensiva terrestre contra o grupo militante palestino Hamas.
No território palestino, "as pessoas são forçadas a viver em condições inimagináveis, sem abrigo, sem comida, sem água potável", disse o papa.
"Que as armas se calem e o diálogo recomece", acrescentou, pedindo a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas desde o ataque de 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra.
md (EFE, AFP)