O papa Leão XIV fez um apelo nesta terça-feira (29) para proteger a “dignidade” humana no mundo digital enquanto enfrenta o “desafio” da IA, na primeira missa celebrada pelo Vaticano para “influenciadores” católicos.
O sumo pontífice americano-peruano mencionou este tema enquanto milhares de jovens católicos estão em Roma esta semana para o Jubileu da Juventude do Vaticano.
Esta celebração coincide com um momento em que a igreja católica tenta promover sua mensagem através de plataformas online, em um contexto de diminuição na frequência à igreja.
“Nada do que vem do homem e de sua criatividade deve ser usado para minar a dignidade dos outros”, disse Leão XIV a jovens católicos influentes nas redes sociais, e pediu ao mundo que proteja “nossa capacidade de ouvir e falar” na “nova era” da inteligência artificial.
“Vivemos hoje em uma nova cultura, profundamente marcada e construída com e pela tecnologia. É nossa responsabilidade, de vocês, garantir que essa cultura continue sendo humana”, declarou aos “influenciadores”.
Os jovens receberam o papa em sua chegada com gritos e aplausos, tirando fotos com seus celulares.
“Hoje, em uma cultura onde a dimensão digital é onipresente, numa época em que o surgimento da inteligência artificial marca uma nova geografia na vida das pessoas e de toda a sociedade, este é o desafio que devemos enfrentar, refletindo (…) sobre nossa capacidade de ouvir e falar, de entender e ser compreendidos”, continuou. Em junho, Leão XIV já havia alertado sobre as possíveis consequências da IA no desenvolvimento intelectual dos jovens.
“Todos nós estamos (…) preocupados com o destino das crianças e dos jovens, e com as possíveis consequências do uso da inteligência artificial em seu desenvolvimento intelectual e neurológico”, alertou o papa em uma mensagem aos participantes da segunda Conferência Anual de Roma sobre a IA.
“Nenhuma geração teve acesso tão rápido à quantidade de informação que agora está disponível graças à inteligência artificial. Mas, novamente, o acesso aos dados, por mais vasto que seja, não deve ser confundido com inteligência”, acrescentou o papa.
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