CIDADE DO VATICANO, 19 NOV (ANSA) – O papa Francisco denunciou neste domingo (19) que a “indiferença perante aos problemas dos mais necessitados” é o “maior pecado contra os pobres” e que para os cristãos é um “dever evangélico cuidar deles”.   

As palavras foram pronunciadas durante a homilia da audiência geral na Basílica de São Pedro realizada na 1ª Jornada Mundial dos Pobres, na qual reúne milhares de fiéis com poucos recursos.   

“Não me diz respeito, não é problema meu, é culpa da sociedade”, ressaltou o Pontífice, afirmando que a indiferença para os pobres significa “olhar para outro lado quando o irmão passa necessidade, é mudar de canal quando uma questão séria nos incomoda, é também indignar-se perante o mal, mas não fazer nada”.   

“Deus, no entanto, não nos perguntará se temos justa indignação, mas se fizemos o bem”, advertiu o líder da Igreja Católica. Além disso, Francisco aproveitou a homilia para fazer um apelo em favor dos “irmãos mais pequeninos”, dos que têm fome, os doentes, os estrangeiros, os presos, os necessitados e abandonados. Segundo o argentino, é no rosto dos pobres que se “manifesta a presença de Jesus”. “Se aos olhos do mundo têm pouco valor, são eles os que nos abrem o caminho para o céu”.   

“Todos somos mendigos do essencial, do amor de Deus, que nos dá o sentido da vida e uma vida sem fim”, acrescentou.   

Jorge Mario Bergoglio ainda afirmou que é “dever evangélico” cuidar dos pobres, o que significa “lutar contra todas as pobrezas, espirituais e materiais”. “Só isto dura para sempre, todo o resto passa. Por isso, o que investimos em amor permanece, o resto desaparece”.   

Cerca de 7 mil pessoas pobres, muitas acompanhadas de membros de organizações de ajuda a necessitados, além de refugiados.   

Durante a cerimônia se serviu para a eucaristia pão que uma organização de caridade distribui em refeitórios para pobres e que depois será servido em um lanche organizado para 1, 5 mil pessoas com poucos recursos na sala Paulo VI, próxima à Basílica de São Pedro. “Que o Senhor, que tem compaixão das nossas pobrezas e nos reveste dos seus talentos, nos conceda sabedoria de procurar o que conta e a coragem de amar, não com palavras, mas com obras”, concluiu o Papa. (ANSA)