CIDADE DO VATICANO, 14 OUT (ANSA) – O papa Francisco aceitou nesta segunda-feira (14) a renúncia do comandante da Gendarmaria do Vaticano, Domenico Giani, que é suspeito de ter vazado informações sigilosas para a imprensa.   

O anúncio chega pouco mais de 10 dias depois de a revista italiana L’Espresso ter divulgado um documento assinado por Giani que proibia o acesso ao Vaticano de cinco dirigentes acusados de irregularidades financeiras.   

A diretiva continha os nomes e as fotos dos funcionários investigados, e o vazamento irritou o papa Francisco, que comparou o caso a um “pecado mortal” e determinou a abertura de um inquérito para descobrir quem passou a informação à revista.   

“Querendo garantir a serenidade para o prosseguimento das investigações coordenadas pelo promotor de Justiça e não sendo conhecido ainda o autor material da divulgação da ordem de serviço – que era reservada à Gendarmaria e à Guarda Suíça Pontifícia -, o comandante Giani, mesmo não tendo qualquer responsabilidade pessoal no caso, entregou o cargo nas mãos do Santo Padre, em espírito de amor e fidelidade à Igreja e ao sucessor de Pedro”, diz um comunicado do Vaticano.   

Segundo a nota, o papa Francisco conversou “longamente” com Giani e expressou “apreço pelo seu gesto”, que foi uma “expressão de liberdade e sensibilidade institucional”. O Pontífice lembrou também os “20 anos de fidelidade e lealdade” do comandante.   

Rumores sobre a renúncia de Giani já circulavam nos jornais italianos havia alguns dias, após um SMS anônimo enviado em 3 de outubro para prelados e funcionários da Santa Sé tê-lo apontado como responsável pelo vazamento.   

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

O caso remete ao escândalo “Vatileaks”, que abalou o pontificado de Bento XVI. Na ocasião, o mordomo Paolo Gabriele, que trabalhava para Joseph Ratzinger, repassou à imprensa cartas que denunciavam casos de corrupção na Igreja.   

Inquérito – Dos cinco funcionários suspensos pelo Vaticano, quatro – Vincenzo Mauriello, Mauro Carlino, Caterina Sansone e Fabrizio Tirabassi -, trabalham na Secretaria de Estado. Já o quinto, Tommaso Di Ruzza, é diretor da Autoridade de Informações Financeiras.   

Eles são suspeitos de envolvimento em operações financeiras irregulares, incluindo milionárias transações imobiliárias no exterior e a gestão das contas do Óbolo de São Pedro, o sistema de arrecadação de donativos da Igreja Católica. (ANSA)


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias