A morte da famosa pintora Tarsila do Amaral ocorreu em janeiro de 1973, mas é em 2024 que a sua partida vem causando um grande racha entre membros de sua família.

Tarsila do Amaral se casou duas vezes e teve uma filha e uma neta, mas todos faleceram antes dela. Seus pais também já haviam falecido em 1973.

Pela lei, os direitos à herança seriam destinados aos irmãos. No caso da pintora, são cinco irmãos, que atualmente são representados por 56 descendentes, segundo informações divulgadas pelo “Fantástico”.

“Ela deixou um bem imaterial que é a produção dela. Os herdeiros dela vão ter direito ao recebimento daquilo que gerar renda decorrente das obras que ela deixou”, afirmou Luiz Cláudio Guimarães, presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Família, ao programa dominical da TV Globo.

“É constituído uma empresa para que vá administrar isso. E aí você, esses bens vão ser como se fossem arrecadados por essa empresa, administrados por essa empresa, e você vai distribuir apenas o conteúdo econômico, apenas o rendimento desses bens”, explicou Guimarães.

Segundo um dos herdeiros, Paulo Montenegro, a família montou uma empresa no fim dos anos 2000 que se chama Tarsila do Amaral Licenciamento e empreendimentos SA, feita com quatro ramos da família. Um representante de cada irmão ficava à frente de cada um dos ramos.

Em entrevista para o site IstoÉ Gente, Paola Montenegro, sobrinha-bisneta da pintora, contou um pouco sobre a administração da empresa Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos. Ela é filha de Paulo Henrique, um dos representantes dos mais de 50 herdeiros da pintora e um dos quatro administradores do negócio.

Paola entrou para a Tarsila S/A a convite de Tarsila, sobrinha-neta da pintora que recebeu o mesmo nome da artista, e na época, administradora da empresa, para cuidar das redes sociais da empresa e ficou nesta posição até 2023. Graduada em marketing, a sobrinha-bisneta de Tarsila foi escolhida para fazer a gestão do negócio, realizando estratégias de negócios e parcerias com empresas. “Nós tomamos decisões com a aprovação deles (os quatro diretores)”, confidenciou ela.

Tarsilinha não administra nenhum negócio da família. Ela saiu da gestão da empresa após uma desavença entre os herdeiros. Enquanto ainda era responsável pela Tarsila S/A, ela supostamente teria feito um acordo com uma fábrica de chocolate sob o nome de outra empresa, a Manacá. Mas a polêmica começa quando Paulo percebeu que esse acordo tinha sido fechado pela empresa da família, mas sob o nome Manacá.

Com a saída dea sobrinha Tarsila, houve o início de uma prestação de contas. “Foi contratado um contador oficial, e isso é o que está sendo aguardado até agora” e “a gente consegue seguir com a transparência e sempre com o foco de priorizar o legado da Tarsila em novos ares”, afirmou Paola. Agora as decisões são tomadas pelos quatro diretores, que são decididas de acordo com os objetivos da Tarsila S/A, o que segundo a sobrinha-bisneta, não acontecia antes.

Paola afirma que atualmente o processo da prestação de contas continua na justiça e precisa ser finalizado, ou seja, uma quantia que supostamente desapareceu precisa ser paga para que todos os bens sejam descongelados.

Planos futuros

A empresa segue conquistando o objetivo de eternizar o legado da pintora. Na última quinta-feira, 9, quase um século após sua primeira exposição em Paris, Tarsila do Amaral voltou a ter obras expostas no Museu de Luxemburgo. Elas vão ficar disponíveis até 2 de fevereiro de 2025 e marca a nova fase da empresa, que deseja levar o legado da pintora a outros patamares.

Procurada pelo site IstoÉ Gente, Tarsila sobrinha não retornou o contato até o momento da publicação desta matéria.