A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira que o Pantanal, santuário de biodiversidade, pode desaparecer até o fim do século, caso sejam mantidas as atuais tendências das condições climáticas, informou a Agência Senado.

A ministra participou mais cedo nesta quarta-feira de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado, ocasião em que fez um apelo ao Congresso para que crie um marco regulatório de emergência climática.

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“Segundo os pesquisadores, se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o fim deste século”, disse a ministra na audiência, segundo a Agência Senado.

“Isso tem um nome: baixa precipitação, alto processo de evapotranspiração, não conseguindo alcançar a cota de cheia, nem dos rios nem da planície alagada. E, portanto, a cada ano se vai perdendo cobertura vegetal. Seja em função de desmatamento ou de queimadas. Você prejudica toda a bacia e assim, segundo eles, até o final do século nós poderemos perder a maior planície alagada do planeta.”

O Brasil enfrenta um período de seca e queimadas em boa parte do país. De acordo com a agência, Marina afirmou que os processos de seca estão se tornando cada vez mais intensos, mais severos e frequentes.

A ministra avaliou ainda que as ações do atual governo para reduzir o desmatamento em 2023 e 2024 evitou que a situação estivesse “incomparavelmente pior”.

“Nós estamos vivendo sob um novo normal que vai exigir do poder público capacidade de dar resposta que nem sabemos como vão se desdobrar daqui para a frente… Somos cobrados para que se faça investimento que são retro alimentadores do fogo”, afirmou Marina na comissão.

Mais tarde, em entrevista à GloboNews, a ministra alertou que o planeta está no “limiar” do que cientistas chamam de ponto de não retorno, estado em que os danos já não são mais reversíveis.

(Redação Brasília)