A máquina goleadora do Manchester City segue a pleno vapor, mas sua defesa sofreu uma pane, o que custou ao atual tricampeão da Premier League três empates consecutivos, uma oportunidade que seus rivais pelo título aproveitaram.

O time do técnico Pep Guardiola teve uma queda de aproveitamento incomum neste final de ano. Marcou oito gols em três jogos, mas só conseguiu três pontos nas últimas três rodadas; Chelsea (4 a 4), Liverpool (1 a 1) e Tottenham (3 a 3).

Nesta quarta-feira (6), os ‘Citizens’ terão uma oportunidade de encerrarem essa sequência, mas não terão uma tarefa fácil em sua visita ao Aston Villa, quarto colocado e que soma 13 vitórias consecutivas no campeonato.

“Eles continuam marcando muitos gols, mas a preocupação das três ou quatro últimas semanas significa que algo não está funcionando no plano defensivo”, disse Roy Keane, ídolo do Manchester United, no canal Sky Sports.

Ex-jogador de City e Villa, Micah Richards destaca a “crise” de uma equipe com duas caras, ressaltando os “erros individuais” como principal problema defensivo.

“O time fica exposto no meio se Rodri não estiver lá para limpar ou se Kyle Walker não conseguir um desarme no último momento graças à sua velocidade e suas arrancadas para matar os contra-ataques”, explica.

– “Contra o Chelsea foi preocupante” –

O volante espanhol Rodri está suspenso para o jogo de quarta-feira, assim como o atacante Jack Grealish.

O Aston Villa, dirigido por Unai Emery, conta com Ollie Watkins e Moussa Diabi no comando do segundo melhor ataque do campeonato (33 gols, contra 36 do City).

Há dois meses, o time de Manchester sofreu uma primeira crise com três derrotas consecutivas na Inglaterra: Wolverhampton e Arsenal na Premier, e Newcastle na Copa da Liga.

A solidez defensiva foi a chave no título conquistado pelo City na temporada passada, além dos 36 gols marcados pelo norueguês Erling Haaland em seu primeiro ano no futebol inglês.

Antes do duelo contra o Villa, os ‘Citizens’ sofreram dez gols em quatro jogos, incluindo a vitória de virada sobre o RB Leipzig por 3 a 2, pela Liga dos Campeões, em que o time foi para o intervalo perdendo por 2 a 0.

Guardiola deu sua versão sobre o momento da equipe: “O jogo contra o Chelsea, sim, foi preocupante, mas contra o Liverpool e os ‘Spurs’, não. O problema é quando o adversário cria muitas oportunidades, o que não aconteceu nos dois últimos jogos”.

O zagueiro português Rúben Dias concorda com o treinador: “Contra ‘Spurs’ e Liverpool tínhamos a impressão de que tudo estava sob controle, mas sofremos gols”.

“O futebol é assim, é imprevisível e muda o tempo todo. Nós já conseguimos muitos ‘clean sheets’ [jogos sem sofrer gols]”, acrescenta Dias.

A queda de aproveitamento do City motivou os adversários. O Arsenal assumiu a liderança da Premier League há duas rodadas e agora soma 33 pontos, contra 31 do Liverpool (2º) e 30 dos ‘Citizens’ (3º).

“O que me deixa animado é ver minha equipe jogar e ver seu comportamento a cada dia, até que ponto estão com fome e estão preparados, a maneira com que encaram cada treinamento”, declarou o técnico dos ‘Gunners’, Mikel Arteta.

“O que os outros fazem é algo que não podemos controlar”, acrescentou Arteta.

jta/bde/pm/cb/dd