A pandemia “varreu” anos de crescimento econômico no Sudeste Asiático – lamentou o primeiro-ministro do Vietnã, Nguyen Xuan, nesta sexta-feira (26), ao participar da cúpula de líderes regionais, dedicada à crise da saúde, mas também às tensões no mar da China e a um gigantesco acordo comercial.

Os países asiáticos “administraram bem a situação de saúde (…) com uma baixa taxa de mortalidade”, disse Nguyen Xuan, cujo país, que não registra mortes relacionadas à COVID-19, preside a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) este ano.

Do ponto de vista econômico, porém, a pandemia “varreu os êxitos dos últimos anos”, afirmou o premiê, durante a reunião realizada por videoconferência.

“No segundo semestre, precisamos ajudar nossas economias a superarem as dificuldades”, acrescentou.

O primeiro-ministro vietnamita também fez alusão à China, mas sem citar esse país especificamente, criticando os países que se aproveitaram da pandemia para avançar seus peões no mar da China Meridional.

Para irritação de vários estados costeiros, incluindo o Vietnã, o gigante asiático reivindica a maior parte desse mar, uma rota importante para o comércio marítimo mundial e particularmente rica em recursos e biodiversidade submarina.

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A China é acusada de militarizar a área, mobilizando navios de guerra e instalando postos avançados em suas ilhas.

Desde o início da pandemia, “houve atos irresponsáveis, violando o direito internacional”, disse Xuan, em uma alusão indireta à China.

A cúpula também deve ser uma oportunidade para tentar relançar o projeto da Associação Econômica Regional Global (RCEP), um gigantesco acordo de livre-comércio da Ásia-Pacífico promovido pela China.

O projeto está parado desde que a Índia se retirou no final de 2019.


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