24/04/2020 - 7:54
A economia russa se prepara para uma contração de até 6% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, depois que as esperanças de recuperação foram frustradas pela crise global causada pela pandemia de coronavírus e pela queda dos preços do produto.
Desde a introdução das medidas de confinamento em 28 de março na Rússia, a atividade econômica e a demanda estão paralisadas.
Altamente dependente das exportações de petróleo, a Rússia é bastante afetada pela crise sem precedentes no mercado de petróleo.
Para este ano, o Banco da Rússia prevê uma contração no PIB entre 4% e 6%, antes de crescer novamente entre 2,8% a 4,8% em 2021, e entre 1,5% e 3%, em 2022.
“A epidemia interrompeu o ritmo da vida econômica e comercial na Rússia”, declarou, nesta sexta-feira, o presidente Vladimir Putin.
No dia anterior, o presidente havia declarado que a epidemia “ameaça principalmente a vida e a saúde” das pessoas, mas também tem um impacto “muito perigoso” na economia.
Segundo as previsões do Banco da Rússia, o preço médio de um barril de petróleo “Ural” será de cerca de US$ 27 este ano, um nível baixo para dar partida no motor da economia russa, antes de subir para US$ 35, em 2021, e US$ 45, em 2022.
A entidade monetária alerta que, desde sua última reunião em março, “a situação mudou radicalmente”, devido ao impacto muito negativo na economia das medidas de confinamento na Rússia e no mundo e pela “queda na demanda externa e o declínio nos preços do petróleo e de outros produtos de exportação”.
Em 2020, as vendas russas no exterior cairão para US$ 250 milhões, em comparação com os US$ 419 milhões no ano passado, prevê a entidade.
A queda esperada no PIB este ano é “mais importante do que em 2014, mas menor do que em 2008”, comentou no Twitter Tatiana Evdokimova, economista-chefe para a Rússia do Banco Nordea, comparando a situação às duas últimas grandes crises vividas pelo país.
“O ritmo da recuperação econômica vai depender, em grande parte, da quantidade e da eficácia das medidas do governo e do Banco da Rússia para mitigar os efeitos da pandemia”, alerta o banco central, que reduziu em 0,5% sua principal taxa de juros, de 5,5%, e sugeriu que haverá outros cortes nas próximas reuniões.