A pandemia da COVID-19 continua a arrasar o continente americano e a se espalhar por todo o planeta, com o anúncio, nesta sexta-feira (7), da Índia de que superou dois milhões de casos, e os milhões de contágios já registrados em África.

Depois de vários meses para atingir um milhão de infecções, levou apenas três semanas para a Índia dobrar o número de casos, de acordo com dados do ministério da Saúde. É o terceiro país do mundo a exceder esse limite, depois dos Estados Unidos e Brasil.

O gigante do sul da Ásia registra até o momento 41.585 mortes por COVID-19 de um total de 2.027.074 casos confirmados. As autoridades indianas só fazem testes em pacientes sintomáticos e, portanto, os especialistas consideram que os números estão subestimados.

Até agora, os principais epicentros da pandemia na Índia eram as megalópoles de Nova Délhi e Mumbai, mas a COVID-19 começa a se espalhar pela regiões com menor população, porém mais extensas, deste imenso país de 1,3 bilhão de habitantes.

Em todo o mundo o balanço supera mais de 19 milhões de casos declarados do novo coronavírus, incluindo 715.343 mortes, desde que o vírus foi relatado pela primeira vez na China, no final do ano passado, de acordo com uma contagem da AFP com base em fontes oficiais.

A América Latina, com mais de 213.000 mortes, voltou a superar a Europa (212.415) como a região com mais mortes, além de já carregar o triste rótulo de ser a região do mundo com mais infecções, com quase 5,32 milhões de casos.

O Brasil está se aproximando das 100.000 mortes e, de acordo com especialistas, o balanço pode dobrar até meados de outubro.

“Estamos com a consciência tranquila”, declarou, porém, o presidente Jair Bolsonaro, ao comentar o seu papel diante da pandemia.

Segundo país com mais casos na região, o México superou as 50.000 mortes, número que ultrapassou as previsões do governo de Andrés Manuel López Obrador, imerso em uma grave crise econômica e críticas à gestão sanitária da pandemia.

O Peru ultrapassou na quinta-feira 450.000 casos de COVID-19, ocupando o terceiro lugar na América Latina em infecções e mortes.

Na Argentina, pelo terceiro dia consecutivo, foi registrado um recorde de novas infecções (7.513), levando o país a um total de 228.182, com 4.251 óbitos.

A África, onde os números baixos não refletem a verdadeira extensão da epidemia, dadas as deficiências nos sistemas estatísticos e de saúde, ultrapassou a barreira de um milhão de casos oficialmente notificados, mais da metade na África do Sul.

– Retomada industrial na Alemanha e na França –

Em uma situação de grande instabilidade devido a surtos em diferentes partes do mundo, a indústria dos dois pesos pesados da Europa, Alemanha e França, trouxeram boas notícias nesta sexta-feira.

A produção industrial e as exportações continuaram sua recuperação em junho na Alemanha, com aumentos de 8,9% e 14,9%, respectivamente, confirmando a recuperação iniciada em maio após o colapso registrado pela pandemia, anunciou o escritório federal de estatística.

A produção industrial, que aumentou 7,4% em maio, ainda está 11,7% abaixo do nível de um ano atrás, em junho. Por outro lado, as exportações, que cresceram 9% em maio, ainda estão 9,4% abaixo do seu nível normal.

Na França, a produção industrial cresceu 12,7% em junho, embora no segundo trimestre tenha contraído 17,1%, e o déficit comercial tenha aumentado nesse período, segundo dados publicados nesta sexta-feira pelo Instituto de Estatística (Insee).

As recuperações na Europa podem ser de curto prazo, uma vez que novos surtos em pleno verão (hemisfério norte) levaram as autoridades a reimpor medidas que haviam sido relaxadas com o objetivo de reativar as economias fortemente atingidas pela crise sanitária.

Duas escolas no norte da Alemanha tiveram que fechar depois que dois casos de COVID-19 foram detectados, após o início do ano letivo esta semana, anunciaram as autoridades locais nesta sexta-feira.

A Alemanha anunciou na quinta-feira testes obrigatórios para aqueles que retornarem de “áreas de risco”, que incluem a maioria dos países fora da União Europeia (UE), além de algumas regiões da Bélgica e da Espanha.

– 2.000 mortos em 24 horas nos EUA –

Se a Europa teme uma segunda onda pandêmica, o coronavírus não parou de avançar desde que chegou aos Estados Unidos, de longe o país mais afetado do mundo, que novamente ultrapassou 2.000 mortes em 24 horas na quinta-feira, um balanço diário elevado que não havia sido alcançado em três meses.

Com mais de 160.000 mortos e 4,8 milhões de infectados, o governo de Donald Trump retirou um aviso geral sobre viagens ao exterior, apontando para melhorias em alguns países.

Ainda assim, as fronteiras americanas permanecem fechadas para a maioria dos viajantes da UE, que também proíbe a entrada da maioria dos americanos.

Enquanto o mundo inteiro aguarda um tratamento eficaz para evitar a disseminação ou cura da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que 26 possíveis vacinas estão sendo testadas em diferentes fases, das quais seis já estão em fase de teste clínico.