Pâmela Rosa e Dora Varella foram algumas das skatistas que representaram o Brasil na estreia da modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, que aconteceram um ano após o previsto por causa da pandemia da Covid-19. As atletas participaram da abertura da Casa TNT Stage em São Paulo, espaço que vai promover a produção de conteúdos relacionados à música, games, skate, além de ser um ponto de encontro de atletas, gamers e influenciadores.

Em conversa com a ISTOÉ, as duas skatistas falaram sobre quais as expectativas para Paris-2024 e o aumento de interesse pela modalidade após a competição.

ISTOÉ: Pâmela, você acha que se não tivesse sofrido a lesão antes dos Jogos Olímpicos, você ganharia uma medalha?

Pâmela Rosa: “Com certeza absoluta, porque é o que eu mais esperava. Meu objetivo era trazer uma medalha para o Brasil e foi muito ruim eu ficar de fora da final, porque eu sabia que, mesmo que eu estivesse lesionada, eu conseguiria trazer uma medalha para o Brasil.”

ISTOÉ: Dora, você ficou satisfeita com seu resultado nos Jogos?

Dora Varella: “Eu fiquei feliz de ter passado para a final. Aquela pista era bem grande, bem diferente das que eu tinha participado em outros campeonatos. A maior dificuldade era montar uma linha com todas as manobras que eu planejei em 45 segundos. Eu fiquei feliz com o que eu consegui fazer. Eu sei que eu conseguia fazer mais, mas sempre dá aquele gostinho de quero mais. Eu quase acertei a manobra que eu treinei nos últimos meses, mas eu fiquei muito feliz. Eu me diverti acima de tudo.”

ISTOÉ: Qual a expectativa de vocês para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024?

Pâmela: “Eu sou um tipo de pessoa que gosta viver um passo de cada vez, então agora tem muitas competições até 2024. Não adianta eu pensar nos Jogos e acabar não prestando atenção nas competições que me dão oportunidade de estar lá, mas claro que já conhecemos como são os Jogos Olímpicos e vamos ficar mais empolgadas para viver tudo isso e, se Deus quiser, fora da pandemia porque eu tenho amigos que fazem parte dos Jogos Olímpicos e disseram que fora da pandemia, é totalmente diferente, é outra vibe.”

Dora: A expetativa para os Jogos de 2024 são bem grandes, eu quero muito trazer uma medalha. Eu vou treinar muito para isso e eu saí dos Jogos de Tóquio com esta vontade a mais de trazer uma medalha. Eu vi que eu tenho este potencial, mas tem muita coisa antes disso. A gente tem o objetivo principal que é Paris, mas tem que ter um passo de cada vez. Temos que focar nos próximos objetivos que, de passo em passo, a gente chega lá com a melhor performance.”

ISTOÉ: Pâmela, você acabou de participar da etapa da Street League (Liga Mundial) em Salt Lake City nos EUA. O que você achou do seu desempenho (quarto lugar)? Ele foi abaixo do esperado por causa da sua lesão?

Pâmela: “Óbvio. Dei o meu melhor ali e infelizmente minhas manobras não encaixaram. Na minha última manobra, eu caí e acabei relando a mão no chão e a gente sabe que é zero, mas foi muito bom porque foi uma superação naquele momento, de voltar de lesão e dos Jogos de Tóquio e não estava nada certo de eu ir. Resolvemos partir para o street ligue dois dias antes. Fui lá, consegui dar o meu melhor, não trouxe troféu para casa e agora é me preparar porque tem mais uma competição em outubro.”

ISTOÉ: Qual a importância da entrada do Skate nos Jogos Olímpicos e o aumento no interesse pela modalidade?

Pâmela: “Foi muito bom porque abriu mais portas por patrocínio e a entrada de novas marcas e empresas. Tem pessoas que estão ajudando o skate que jamais pensariam em ajudar. Ficamos muito felizes com tudo isso e o skate vem crescendo de uma maneira muito grande.”

Dora: “É muito importante porque a Olimpíada leva o skate para um público que nunca teve acesso ao esporte. A gente pode mostrar para pessoas que não conhecem o esporte, quão divertido e podemos também trazer mais praticantes para dentro do mundo do skate, além de mais investimento, novas pistas de skate e mais lugares para treinar. A gente vai ver vários nomes crescendo e trazendo medalhas para o Brasil. Com certeza foi muito importante para o skate. A gente tá vendo um investimento que nunca imaginou ter.”

ISTOÉ: Qual a importância do TNT Stage House para fazer com que mais pessoas conheçam o skate? O que vocês planejam produzir no local?

Pâmela: “É um sonho juntar todos os atletas pro dia a dia. Vir aqui se divertir e produzir conteúdo é trabalhar e ajudar a marca mais do que ela ajuda a gente. Estamos felizes de ter este espaço para nós.”

Dora: “Com certeza a casa vai fazer com que a gente junte todos estes mundos de game, influenciadores, música e esporte. Com certeza isto vai trazer mais visibilidade para todos. É um trabalho em conjunto que vai agregar para todo mundo. Vamos poder trocar experiências, se divertir, criar conteúdo e trabalhar bastante.”