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Preso nesta segunda-feira, dia 26, o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil, governo Lula e Dilma Rousseff) por suposto envolvimento em propinas no esquema Petrobras, também é investigado por corrupção nas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte – negócio de R$ 13 bilhões.

O empresário Otávio Marques Azevedo, presidente afastado da Andrade Gutierrez, afirmou em sua delação premiada, homologada em maio passado, que Palocci cobrou o repasse de R$ 15 milhões referentes aos contrato de na construção da usina, para o economista Delfim Netto – ex-ministro da Fazenda na ditadura militar e um dos principais conselheiros do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Parte dos valores teria sido repassada ao PT via doações oficiais nas campanhas de 2010, 2012 e 2014.

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“Antonio Palocci, provavelmente em São Paulo, solicitou ao declarante o pagamento de R$ 15 milhões para Delfim Netto dedutível do 1% de propina a ser paga”, afirmou o presidente afastado da Andrade, em seu termo de delação sobre Belo Monte. “A empresa atendeu essa determinação de Palocci, porém descontou o valor pago a Delfim do montante total solicitado aos partidos PMDB e PT, em partes iguais.”

O leilão para construção e operação de Belo Monte foi realizado entre 2010 e 2011. Um dos consórcios era integrado pela Andrade Gutierrez. Preso pela Lava Jato, em Curitiba, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema da Petrobras, Azevedo fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), com outros executivos do grupo, e a empresa fez um acordo de leniência. Segundo ele, 1% do bilionário contrato das obras de Belo Monte envolveu propina acertada com PMDB e PT.

Palocci foi ministro da Fazenda no governo Luiz Inácio Lula da Silva e ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff e um dos principais responsáveis por sua campanha em 2010. Outros delatores da Lava Jato haviam revelado sua suposta participação em propinas. Por meio de sua defesa, Palocci afirmou, em outra ocasião, que “jamais solicitou de quem quer que seja dinheiro ilícito”.

Omertà

Alvo principal da 35ª fase – batizada de Operação Omertà -, Palocci foi um dos principais responsáveis pela campanha de Dilma em 2010. Outros delatores da Lava Jato haviam revelado sua suposta participação em propinas.

Na investigação que levou Palocci à cadeia, ele é suspeito de receber propinas da Odebrecht, que identificada o ex-ministro como “italiano” nas planilhas do Departamento de Operações Estruturas, chamado por investigadores de “departamento da propina”.

A Lava Jato aponta que ele atuou para aprovação de uma medida provisória, em 2009, para beneficiar empreiteiras e para o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Estratégico e Social (BNDES) para a África, onde empreiteira brasileira atuava.

Doações

Azevedo afirmou que a campanha de 2014 do PT recebeu R$ 4,5 milhões em doações da Andrade Gutierrez, que seria referente a R$ 10 milhões do acerto de Belo Monte. “Os valores a título de propina, no caso do PT, foram realizados, em parcelas, como doação eleitoral”, registra o Termo de Colaboração 02, de Azevedo, sobre Belo Monte.