O Palmeiras se classificou para as semifinais da Copa Libertadores ao protagonizar uma noite heroica nesta quarta-feira em São Paulo, onde venceu o Atlético-MG por 6 a 5 nos pênaltis após empatar em 0 a 0 no tempo regulamentar, no qual terminou com nove jogadores em campo.

O empate em 2 a 2 no jogo de ida, em Belo Horizonte, levou o acirrado duelo a ser definido nas penalidades, onde Weverton brilhou ao defender o chute de Rubens na sexta cobrança do Galo.

O Verdão conseguiu resistir à pressão do time mineiro apesar de ter jogado com um a menos desde os 29 minutos, quando o meia Danilo foi expulso por dar uma entrada muito dura no argentino Matías Zaracho. E com nove jogadores a partir do minuto 82, depois que Gustavo Scarpa recebeu o cartão vermelho por um pisão em Allan.

O atual campeão brasileiro, por sua vez, perdeu o chileno Eduardo Vargas nos acréscimos (90+6) quando recebeu o segundo cartão amarelo.

“Com um a menos, depois dois a menos… é uma vitória que nos enche de orgulho”, disse o goleiro alviverde.

O Palmeiras vai enfrentar nas semifinais o vencedor do duelo entre o Athletico-PR e o Estudiantes, que se enfrentam nesta quinta-feira na Argentina. O jogo de ida, em Curitiba, terminou empatado em 0 a 0.

– Danilo é expulso –

O Palmeiras nadou contra a corrente desde muito cedo para manter viva a esperança de lutar pelo seu terceiro título consecutivo da Libertadores, feito só alcançado pelos argentinos Estudiantes (1968-70) e Independiente (1972-75).

A expulsão de Danilo, confirmada após revisão do árbitro colombiano Wilmar Roldán no VAR, foi um golpe duplo para Abel Ferreira: sua equipe ficou com dez diante de um adversário feroz e perdeu um homem fundamental na recuperação da posse de bola.

O português, no entanto, soube suprir essa ausência reorganizando as peças em campo sem mexer no banco, com Raphael Veiga acompanhando Zé Rafael na linha de contenção.

Mesmo após a saída do jovem meia de 21 anos, pressionaram o Galo em seu campo, ao mesmo tempo evidenciando uma tendência no primeiro tempo: muita paridade entre os dois e poucos chutes perigosos para Weverton e Everson.

O técnico do At, Cuca, teve dificuldades para fazer valer a superioridade numérica diante do Verdão que sabe recuar e cujo contra-ataque costuma ser letal, principalmente com Rony em campo.

– Resistência heroica –

Cuca, que em 2013 conquistou a única Libertadores da história do Galo, em um time que tinha Ronaldinho Gaúcho, fez uma alteração no início do segundo tempo (53) colocando o volante argentino Ignacio Fernández no lugar do atacante Ademir.

“Nacho” ficou encarregado de organizar o meio-campo do time mineiro, que sofria para levar perigo a Weverton. Só aos 60 minutos assustaram a torcida no Allianz Parque, numa cabeçada de Jair que passou perto da trave e depois num chute de Zaracho desviado pelo goleiro.

Eduardo Sasha, Rubens e Vargas entraram para tentar quebrar a sólida defesa do Palmeiras na noite gelada e chuvosa de São Paulo. Mas nem o cartão vermelho direto de Scarpa facilitou a tarefa.

Abel Ferreira, que fez apenas duas trocas (Luan e Mayke no lugar de Dudu e Marcos Rocha, aos 87 minutos), conseguiu levar o jogo para os pênaltis, missão que esteve perto de falhar nos acréscimos em uma cabeçada de Hulk que bateu na trave.

O português também se tornou o tormento de Cuca na Libertadores: na edição de 2020, quando seu adversário comandava o Santos, Abel venceu a final e no ano passado, quando o brasileiro também comandava o Galo, o eliminou nas semifinais.

O atual bicampeão manteve sua invencibilidade no torneio (oito vitórias e dois empates) e segue na caça ao Estudiantes e ao Independiente em número de títulos.

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