09/03/2019 - 13:37
A troca de Luiz Felipe Scolari por Mano Menezes segue uma tendência de instabilidade no comando do Palmeiras. Nos últimos dez anos, o clube chega aos 16 treinadores diferentes e quatro interinos. Nem mesmo nomes consagrados no futebol brasileiro como Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho conseguiram dar continuidade em seus trabalhos. Apenas em duas temporadas neste período um mesmo profissional iniciou e terminou um ano completo no clube: o próprio Felipão, em 2011, e Gilson Kleina, em 2013.
Há dez anos, Vanderlei Luxemburgo começou a temporada 2009 ainda prestigiado pelo título de campeão paulista de 2008. Ele deixou o comando da equipe após barrar o atacante Keirrison, que estava em negociação com o Barcelona. A atitude foi vista pela diretoria como uma quebra de hierarquia. Para seu lugar, Jorginho Cantinflas assumiu de forma interina e acabou colocando o Palmeiras na liderança do Brasileirão. Mas uma “oportunidade de mercado apareceu” e Muricy Ramalho foi contratado.
A escolha acabou não surtindo o resultado esperado e nem a vaga na Libertadores veio naquele ano. No começo o tricampeão brasileiro pelo São Paulo (2006, 2007 e 2008) acabou caindo e um dos anos mais confusos no clube em relação aos técnicos começava.
Antônio Carlos Zago e Jorge Parraga tiveram curtas passagens até Felipão acertar seu primeiro retorno ao time. De sua contratação até a queda, em 2012, foram vários altos e baixos. O ápice foi o título da Copa do Brasil de 2012, no entanto, a equipe acabou tento um desempenho muito abaixo no Brasileirão. Narciso ainda comandou o time o time por um jogo antes de Gilson Kleina ser contratado, mas a queda para a segunda divisão foi inevitável.
Responsável por recolocar o Palmeiras na elite, Kleina foi demitido em maio de 2014. Alberto Valentim ficou no posto de forma interina até o anúncio de Ricardo Gareca. O argentino, campeão nacional em seu país com o Vélez em três oportunidades, durou apenas 13 partidas. Dorival Júnior terminou como o técnico naquele ano.
ERA ALEXANDRE MATTOS – A chegada do diretor de futebol Alexandre Mattos marcou um momento de grandes investimentos em contratações e também de rotatividade no comando técnico. Oswaldo de Oliveira foi o escolhido para iniciar essa nova fase vitoriosa do Palmeiras, mas foi trocado rapidamente por Marcelo Oliveira. Bicampeão com o Cruzeiro ao lado do dirigente, o mineiro conseguiu faturar o título da Copa do Brasil em 2015. Mesmo assim, uma forte pressão por resultados derrubou o técnico em 2016.
Na sequência, Cuca chega para conduzir o time alviverde ao título do Campeonato Brasileiro. No fim campanha, de forma surpreendente, o treinador dá um tempo na carreira por questões pessoais.
Pensando em renovação, uma oportunidade foi dada para Eduardo Baptista, que vinha de bom trabalho no Sport. Mas 23 jogos depois, ele acabou caindo e Cuca retornou. Apesar da grande expectativa, o campeão brasileiro não conseguiu repetir a trajetória de sucesso e acabou caindo.
Assim como aconteceu na última passagem de Felipão, os questionamentos por um bom futebol fizeram o clube a apostar em um treinador com proposta mais ofensiva. Foi com esse intuito que Roger Machado chegou no começo de 2018. Mas a derrota para o Corinthians na final do Campeonato Paulista e o começo ruim no Brasileirão acabaram resultando em sua demissão. Na época, Alexandre Mattos fez questão de dizer que o treinador não iria sair.
“Temos confiança total no trabalho, os números são bons. Obviamente queríamos ser campeões paulistas, infelizmente não fomos. Queríamos estar melhor no Campeonato Brasileiro, talvez com três ou quatro pontos a mais. Agora tem que correr atrás, temos que fazer passagem de tabela superior”, afirmou o dirigente para a Fox Sports.
Sua saída deu início à terceira passagem de Felipão ao clube. Campeão brasileiro em 2018, o veterano perdeu prestígio no clube principalmente pela queda de rendimento após a Copa América. Eliminado da Copa do Brasil e da Copa Libertadores, ele deu lugar a Mano Menezes.
Confira a lista de técnicos do Palmeiras nos últimos 10 anos:
2009 – Vanderlei Luxemburgo
2009 – Jorginho – interino
2009/2010 – Muricy Ramalho
2010 – Antônio Carlos Zago
2010 – Parraga
2010/2012 – Luiz Felipe Scolari
2012 – Murtosa – interino
2012 – Narciso – interino
2012/2014 – Gilson Kleina
2014 – Alberto Valentim – interino
2014 – Ricardo Gareca
2014 – Alberto Valentim – interino
2014 – Dorival Júnior
2015 – Oswaldo de Oliveira
2015 – Alberto Valentim – interino
2015/2016 – Marcelo Oliveira
2016 – Alberto Valentim – interino
2016 – Cuca
2017 – Eduardo Baptista
2017 – Cuca
2017 – Alberto Valentim – interino
2018 – Roger Machado
2018 – Luiz Felipe Scolari
2019 – Mano Menezes