O Palmeiras vai marcar para o fim de fevereiro a visita de um laboratório credenciado pela Fifa para avaliar e certificar a qualidade do novo gramado sintético que será usado pelo time tanto no Allianz Parque como na Academia de Futebol. As obras de troca do piso estão em fase avançada e a previsão é de que o estádio tenha condições de receber a partida do dia 16, contra o Mirassol, pelo Campeonato Paulista.

Apesar da visita do laboratório ser apenas no fim de fevereiro, isso não impede a realização de um jogo antes da emissão do certificado internacional de qualidade. A estreia do novo gramado em um jogo do Estadual depende principalmente da conclusão da obra e da vistoria da Federação Paulista de Futebol (FPF). A entidade tem acompanhado os trabalhos e vai realizar uma inspeção final logo depois do fim da instalação.

“Nós já estamos bem antecipados com essa obra. O que era para entregar só no começo de março, se não chover mais eu poderia entregar até em 5 de fevereiro. Vamos torcer para o tempo ajudar”, disse ao Estado o presidente da Soccer Grass, Alessandro Oliveira.

A empresa é a responsável pela obra na Academia de Futebol e no Allianz Parque. “A gente trabalhou desde o início para realizar o jogo do dia 20 (contra o Guarani), mas como nós tivemos algumas evoluções, hoje o trabalho não é mais focado no dia 20, mas sim no dia 16”, explicou o diretor de operações do Allianz Parque, Mike Willian.

A Sports Labs é a empresa responsável por certificar o gramado do estádio do Palmeiras. O laboratório sediado na Escócia é um dos sete do mundo credenciados pela Fifa para fazer o trabalho de aferição de qualidade do campo. A Sport Labs também trabalha com aferição de piso de outros modalidades esportivas, com o histórico de parcerias com a Federação Internacional de Basquete, a World Athletics e a Federação Internacional de Tênis, entre outras.

O teste a ser realizado nos campos do Palmeiras tem o intuito de verificar se o piso consegue reproduzir a qualidade encontrada nos melhores gramados naturais. Os escoceses vão avaliar critérios como velocidade e quique da bola e resistência a torções e movimentos de chuteiras.

“Se fizermos esses mesmos testes em outros estádios do Brasil, poucos vão serão totalmente aprovados. Aqui só tem aprovação se estiver 100%. Se a bola deslizar um pouco a mais do que o previsto, não sai a certificação”, explicou o presidente da Soccer Grass.

MUTIRÃO – A reportagem visitou o Allianz Parque nesta semana para conferir o andamento da instalação da grama sintética. A fase atual é de colar os blocos de grama no piso, trabalho realizado pelos funcionários em turnos madrugada adentro. A operação costuma terminar por volta das 5 horas da manhã pois o forte calor de verão faz os rolos do campo sofrerem contração térmica. Como a grama é fabricada na Holanda, dois funcionários vieram do país para coordenar a obra, que teve início em 12 de janeiro.

O campo do estádio será forrado por 27 blocos de grama, cada um com 78 metros de comprimento e 4 metros de largura. O trabalho final é o de colocação do preenchimento das fibras de grama com um material sintético e importado da Itália chamado de TPE (elastômero termoplástico). A obra na Academia de Futebol terminará depois da no estádio porque o solo precisou passar por mais reparos para poder receber as camadas de grama.

O objetivo do Allianz Parque é que o novo gramado permita conciliar melhor as agendas de jogos e de shows, sem fazer com que o time precise recorrer a outros locais para mandar suas partidas. Quando a arena receber eventos musicais, o gramado será coberto e protegido por um tablado. Após a desmontagem do palco, será preciso realizar uma limpeza com um imã especial para remover restos de produtos metálicos. Em até seis horas o piso poderá receber uma partida.

As trocas vão custar R$ 10 milhões e a garantia da grama é de oito anos, porém a estimativa é de que não será necessária a realização outra troca em até 15 anos. Como a manutenção consiste em escovagem e vai dispensar luz artificial e irrigação, a arena terá uma grande economia. “Nós fazíamos três trocas de gramado a cada ano com um custo de R$ 350 mil. A gente estima que agora no ano a gente deve ter uns R$ 2 milhões de economia”, disse o diretor de operações do Allianz Parque.