O Palmeiras e a construtora WTorre, responsável pelo Allianz Parque, devem começar ainda neste ano a reconstruir o memorial de troféus do clube. A antiga sala no Palestra Itália para guardar as principais conquistas, fotos e itens históricos do clube foi desativada em junho de 2010 para dar lugar à obra de reforma do estádio e só agora o longo imbróglio parece estar próximo de terminar.

O presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, e o diretor financeiro da WTorre, Luis Davantel, garantiram nesta quarta-feira que o projeto de novo memorial de conquistas do clube está próximo de ser concluído. Os dois participaram de evento para inaugurar a grama sintética e demonstraram otimismo no desfecho positivo do projeto.

“É uma situação que está muito próxima de ser resolvida. Estamos muito evoluídos em relação ao museu. Restam detalhes”, disse Galiotte. Ao todo o clube tem mais de 6 mil taças, entre conquistas do futebol e de torneios de outros esportes.

A existência de um novo museu do Palmeiras estava prevista no projeto original de reforma da arena, mas a ideia foi adiada ao longo dos anos pela falta de consenso. Problemas de relacionamento entre o clube e a WTorre fizeram o plano ficar sempre para depois e existir entre os dois lados uma transferência de responsabilidade sobre quem lideraria a missão.

O novo memorial deve ficar localizado no primeiro andar da arena, em um espaço com visão panorâmica para a rua Palestra Itália. “Estamos em ritmo avançado tanto na parte técnica como jurídica e de contratos. Talvez daqui um mês poderemos chamar vocês (jornalistas) para conversar sobre isso”, explicou o diretor da Wtorre.

O espaço remodelado deve ter uma estrutura multimídia e interativa inspirada nos mais modernos memoriais de clubes europeus. O objetivo é fazer o salão das conquistas integrado à uma nova loja de produtos oficiais, ao clube social e também ao tour do estádio.

Desde 2017 o Palmeiras montou uma comissão para reorganizar o projeto do memorial e conversar com gestores da arena. A pressão para se ter o novo memorial é grande entre conselheiros do Palmeiras e também da torcida. Desde 2010 o clube não tem um espaço dedicado à própria história.

No ano passado o Estado revelou que grande parte do acervo de troféus está guardado em um depósito na zona norte da capital paulista. O clube paga uma taxa mensal pelo aluguel do espaço. As principais taças estão na sede administrativa, próximas à sala da presidência, ou na Academia de Futebol. Em eventos, como as festas de aniversário do clube, a diretoria organiza uma exposição dos principais troféus, entre eles o da Copa Libertadores de 1999 e o da Copa Rio de 1951.

Antes do depósito na zona norte, as taças foram guardadas em um imóvel no bairro de Pinheiros. O dono do espaço era o ex-diretor de futebol do clube, Salvador Hugo Palaia. Em 2011 um grupo de conselheiros chegou a questionar o depósito, alegando que o Palmeiras gastava R$ 3 mil por mês com o local apenas para manter um cachorro como o único responsável pela segurança do espaço. O caso gerou bastante polêmica nos bastidores da época. A informação foi negada pelo então presidente do clube, Arnaldo Tirone.