Dois técnicos de 43 anos lideram os dois melhores ataques do Campeonato Paulista no clássico deste sábado, às 16 horas, no Allianz Parque. O Palmeiras, de Eduardo Baptista, e o São Paulo, de Rogério Ceni, entram em campo para superar o cansaço da sequência de jogos e usar o duelo com o rival como incentivo para os jogos do meio da próxima semana.

Os treinadores chegaram ao cargo no começo deste ano e pelo menos no quesito ataque têm apresentado resultados convincentes no Paulistão. O São Paulo marcou 21 vezes e é o time mais ofensivo da competição. O Palmeiras vem logo depois, com 14 gols no torneio.

O caráter especial de qualquer clássico poderia ser ainda maior caso os dois técnicos não estivessem preocupados com os duelos da próxima quarta. O Palmeiras vai receber o Jorge Wilstermann, pela Copa Libertadores, e o São Paulo viaja a Natal para enfrentar o ABC, pela Copa do Brasil.

Eduardo Baptista e Ceni têm em comum, além da idade, a obsessão pelos detalhes no trabalho. O palmeirense usou as férias para ver a gravação de todos os jogos do time no Campeonato Brasileiro do ano passado e analisar a parte tática. O ex-goleiro tem aplicado no São Paulo métodos diferentes de treinamento e procura participar de cada atividade.

Para o técnico do Palmeiras, só esses esforços já fazem o treinador merecer reconhecimento. “Tanto se cobra uma renovação de técnicos, mas precisa de mais paciência. O Rogério é muito corajoso”, disse Baptista ao elogiar o trabalho do colega.

A equipe alviverde vai defender o retrospecto de três vitórias sobre o rival no Allianz Parque. Não terá o volante Felipe Melo, suspenso, mas conta com a volta de Tchê Tchê, recuperado de fratura no ombro esquerdo. A expectativa da torcida é para ver se no ataque Borja será escalado. O colombiano foi o autor de quatro gols sobre o São Paulo na Libertadores de 2016.

Outra novidade deve ser a entrada do meia Guerra. O venezuelano ainda não jogou uma partida inteira pelo Palmeiras e é cotado como o substituto de Dudu, que deve ser poupado para evitar desgaste físico. “Nós não temos um time definido, mas um elenco”, diz Baptista.

Do outro lado, Rogério Ceni não diminui a preocupação por causa de possíveis ausências no adversário. “O Palmeiras nunca é um time misto, é grande. Tem tanto jogador bom que até é difícil para ele (Eduardo Baptista) definir quem são os titulares”, explicou o técnico, que já avisou que a equipe será diferente da que venceu o ABC na quarta.

Buffarini entrará na vaga de Bruno. Na frente, Pratto e Luiz Araújo podem ganhar um descanso e ficar no banco de reservas, dando lugar a Gilberto e Wellington Nem. Como Ceni fechou o último treino antes do clássico, a divulgação da equipe será feita apenas no vestiário.

“Será um jogo complicado. Eu joguei duas vezes lá e perdi. O São Paulo fez três jogos lá e perdeu. Vamos tentar encontrar um time que jogue de igual para igual”, comentou Ceni.