Funcionários palestinos acusaram Israel nesta terça-feira (9) de um “crime brutal”, após a divulgação nas redes sociais de imagens que, supostamente, mostram um veículo militar atropelando um soldado morto na Cisjordânia ocupada.

O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, afirmou que as imagens foram capturadas durante uma operação militar na cidade de Tulkarem.

O exército israelense confirmou ter matado três “terroristas” na segunda-feira (8) e que houve confrontos armados nos arredores de Tulkarem, mas ainda não respondeu aos pedidos da AFP de comentários sobre as imagens.

“Este crime complexo e brutal não é o primeiro e não será o último da série de crimes da ocupação e dos milicianos colonizadores terroristas”, declarou o ministério palestino em um comunicado.

Desde o ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro, que desencadeou uma guerra em Gaza, a violência na Cisjordânia atingiu seu pior nível em quase duas décadas.

As forças israelenses costumam realizar incursões na Cisjordânia que frequentemente acabam em confrontos com combatentes palestinos.

De acordo com o Hamas, os três mortos eram combatentes das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, braço armado do partido Fatah, do presidente palestino Mahmud Abás.

Na terça-feira, grandes multidões marcharam por Tulkarem durante os funerais dos homens, relatou um correspondente da AFP.

As imagens compartilhadas nas redes sociais parecem ter sido capturadas por uma câmera de segurança e mostram um veículo blindado passando lentamente sobre um corpo aparentemente sem vida.

Em seguida, o veículo faz outro movimento para esmagar novamente o corpo com suas rodas traseiras.

As incursões do exército israelense e os ataques de colonos na Cisjordânia causaram a morte de pelo menos 333 pessoas desde 7 de outubro, segundo o Ministério da Saúde palestino, com sede em Ramallah.

Israel ocupa a Cisjordânia, onde vivem cerca de três milhões de palestinos, desde 1967. Cerca de 490.000 israelenses vivem em assentamentos na Cisjordânia considerados ilegais pelo direito internacional.

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