Palestina convoca embaixador no Brasil para consultas

SÃO PAULO, 01 ABR (ANSA) – A Autoridade Nacional Palestina (ANP) anunciou neste domingo (31) que convocará seu embaixador no Brasil para consultas, após a decisão do presidente Jair Bolsonaro de abrir um escritório de negócios em Jerusalém.   

Em uma declaração oficial, o Ministério das Relações Exteriores da ANP, entidade que hoje governa a Cisjordânia, condenou a abertura de um escritório diplomático na cidade sagrada, que é reivindicada como capital por israelenses e palestinos.   

Inicialmente, Bolsonaro falara em transferir a embaixada em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, mas acabou recuando e decidiu abrir apenas um escritório de negócios – o agronegócio temia retaliações de países árabes.   

Para a ANP, a decisão do presidente do Brasil é uma “flagrante violação das resoluções internacionais” e um “assalto direto contra o povo” palestino. Segundo a autoridade, Bolsonaro cedeu às “pressões” de Estados Unidos e Israel, voltadas a “perpetuar a ocupação”.   

A ANP também diz que está consultando países árabes para determinar uma resposta unificada ao Brasil. “Vamos nos comunicar com nosso embaixador no Brasil para convocá-lo para consultas e tomar as decisões apropriadas para enfrentar essa situação”, disse o Ministério das Relações Exteriores palestino.   

De acordo com o Itamaraty, o escritório de negócios em Jerusalém atuará na promoção do comércio, de investimentos, da tecnologia e da inovação. A parte oriental da cidade, no entanto, é reivindicada como capital de um futuro Estado da Palestina.   

Acordos – Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira (1º) a assinatura de seis acordos de cooperação nas áreas de segurança pública, ciência e tecnologia, defesa e serviços aéreos.   

“Queremos fazer com que o Brasil se aproxime cada vez mais do que há de melhor no mundo. Logo traremos mais informações aos brasileiros”, escreveu o presidente no Twitter.   

O mandatário ainda visita nesta segunda o Muro das Lamentações, acompanhado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que está em plena campanha eleitoral e foi denunciado por corrupção.   

Bolsonaro fica em Israel até a próxima quarta-feira (3). (ANSA)