DUELO Vice de Alckmin, Márcio França, do PSB, vai disputar governo de SP contra candidato do PSDB (Crédito:Thiago Bernardes)

O vice-governador de São Paulo, Marcio França, não vê a hora de assumir a vaga de titular quando Geraldo Alckmin se desincompatibilizar do cargo para se candidatar à Presidência. Também presidente do PSB paulista, Marcio está sonhando alto. Acredita que, com a máquina do governo estadual nas mãos, criará plenas condições de buscar a reeleição em 2018. Até porque não será obrigado a se afastar da principal cadeira do Palácio dos Bandeirantes. Sua candidatura, porém, cria um problema para Alckmin. O PSDB também lançará candidato ao governo e entre os nomes mais citados aparecem o senador José Serra e o prefeito João Doria. Em sua campanha à sucessão de Michel Temer, Alckmin terá de se dividir entre os dois palanques. O que não costuma ser bem visto pelos eleitores.

Incerteza

Não é certa a adesão do PSB à candidatura de Alckmin. Ele conta com o apoio de Marcio França e Rodrigo Rollemberg, governador do DF. E deve convidar para vice o prefeito de Recife, Geraldo Júlio. Mas o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, já declarou voto em Lula. E o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, vai na mesma direção.

Limites

Na visão de especialistas, seria bastante arriscado para Alckmin fazer uma campanha isolada do PSDB à Presidência, sem a adesão de partidos expressivos. Como a principal fonte de financiamento será o fundo eleitoral, ele ficaria restrito ao uso da cota do PSDB. Além disso, teria um tempo de TV limitado. Daí a necessidade de buscar aliados.

Rápidas

* O juiz Sergio Moro pediu que a PGR se manifeste o quanto antes sobre um ofício feito por ele para que sejam incluídos trechos das colaborações de executivos da Odebrecht num dos processos contra o ex-presidente Lula. Moro aguarda resposta desde 16 de outubro.

* O deputado Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, convidou o senador Antônio Reguffe (sem partido-DF) para se candidatar à Presidência representando a corrente Livres. Ele agradeceu, mas rejeitou a oferta.

* Levantamento do Trampapo, aplicativo de busca de emprego na área de restaurantes na Grande São Paulo, mostra que 83% das pessoas agendadas não comparecem às entrevistas de emprego. A principal alegação (39%) é doença.

* A falta de comparecimento (por qualquer que seja o motivo) é uma realidade geral do setor de recrutamento, segundo Anna Telles, gerente da Trampapo. “Mesmo com a crise, esse índice ainda é bem alto”, afirma.

O general e seu labirinto

Antonio Cruz/ Agência Brasil

Por decisão do Gabinete de Segurança Institucional , comandado pelo general Sérgio Etchegoyen, a área do Palácio do Jaburu será cercada de arame farpado em espirais. O objetivo é reforçar a segurança do presidente Michel Temer, contra protestos e manifestações. O GSI já havia colocado obstáculos de concreto na principal via de acesso ao Jaburu e ao Palácio da Alvorada. Nada de parecido foi feito mesmo no regime militar.

Retrato falado

“Cometi um erro brutal de avaliação. Não cometi crime, mas fiz uma lambança” (Crédito:Geraldo Magela)

Em depoimento à CPMI da JBS, o ex-procurador Marcello Miller admitiu ter feito uma “lambança”, mas não “jogo duplo”, ao orientar os executivos da empresa a fecharem delação premiada enquanto ainda trabalhava no Ministério Público. Em seis horas de interrogatório, ele negou ter cometido crimes e disse que ajudou a JBS a “se limpar”. Miller criticou o pedido de prisão feito pela PGR contra ele e garantiu que não orientou Joesley Batista a gravar o presidente Michel Temer.

Liberalismo

O pré-candidato a presidente da República Jair Bolsonaro continua expondo suas incoerências. Acaba de confirmar que o economista Paulo Guedes coordenará suas propostas para o campo econômico. Uma contradição completa. Guedes é bem avaliado tanto no mundo acadêmico quanto no mercado exatamente por suas ideias liberais. Tem a privatização como solução para a falta de investimento público. Enquanto Bolsonaro é ardoroso defensor do nacionalismo estatizante. Um projeto que já se mostrou fracassado. Guedes foi entusiasta das reformas de FHC, enquanto que Bolsonaro foi ferrenho adversário do tucano, defendendo inclusive que fosse fuzilado.

Toma lá dá cá

Cristovam Buarque (PPS-DF), senador (Crédito:Divulgação)

O senhor pretende se candidatar à Presidência da República?
Sim, se meu partido quiser serei candidato. Acho que neste momento todos os políticos que se preocupam com os rumos do País devem se colocar à disposição dos seus partidos para discutir ideias e propostas.

Mas o PPS acena com a possibilidade de uma aliança com o PSDB, que vai lançar candidato. Se isso ocorrer, o senhor pode mudar de legenda?
Já mudei de partido duas vezes. Não é uma situação confortável. Não penso em sair do meu partido. Conversei outro dia com o Eduardo Brandão, presidente do PV(DF), numa padaria em Brasília. A foto saiu nos jornais e começaram a especular que eu iria para o PV. Isso não existe.

Como avalia a desistência de Luciano Huck de se candidatar à Presidência?
Eu espero que ele entre no meu partido e que não desista do Brasil. No artigo que publicou esta semana, Huck mencionou duas palavras-chaves: rumo e agregação. E isso vai ao encontro do que venho defendendo. O Brasil precisa de coesão e rumo.

Geração de prata

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, jogou vôlei ao lado de Bernardinho, ex-treinador da seleção brasileira, e teve como adversário Bernard, do saque “jornada nas estrelas”. Ele foi bicampeão carioca juvenil pelo Clube Israelita Brasileiro. E conviveu com a geração de prata que conquistou a primeira medalha olímpica nos anos 80.

Divulgação

Doze casos

Mestre em Direito por Yale e professor da UERJ, o ministro Barroso lança, no dia 13, em Brasília, seu novo livro “A judicialização da vida e o Supremo Tribunal Federal”. Um dos capítulos elenca os 12 casos mais importantes decididos pelo STF, como o reconhecimento das uniões homoafetivas e a legitimidade de pesquisas com células-tronco.

Dallagnol fica longe das urnas

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Coordenador da Lava Jato no Paraná, o procurador Deltan Dallagnol negou que vá disputar as eleições de 2018. Seu nome vinha sendo citado na disputa para o Senado. Dallagnol também falou por seus colegas: “Desconheço qualquer agente público envolvido na Lava Jato que esteja articulando uma campanha”.