Países se manifestam após decreto de Trump proibir entrada de cidadãos de 12 nações

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Donald Trump Foto: AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que impede a entrada de cidadãos de 12 países nos EUA e restringe a de outros sete. A regra passa a valer a partir da segunda-feira, 9, e representantes de nações afetadas se manifestaram contra a medida nesta quinta-feira, 5.

De acordo com o documento, as restrições têm o objetivo de proteger os cidadãos dos EUA de ataques terroristas e outras ameaças à segurança nacional ou pública. Nenhum tipo de visto de estrangeiros vindo de países que sofreram bloqueio total será aceito.

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Os países que sofreram bloqueio total são:

  • Afeganistão
  • Chade
  • Congo
  • Eritreia
  • Guiné Equatorial
  • Haiti
  • Irã
  • Iêmen
  • Líbia
  • Mianmar
  • Somália
  • Sudão

Os países que sofreram um bloqueio parcial são:

  • Burundi
  • Cuba
  • Laos
  • Serra Leoa
  • Togo
  • Turcomenistão
  • Venezuela

A Somália respondeu ao anúncio e se comprometeu a trabalhar com os EUA para resolver questões de segurança. “A Somália valoriza seu relacionamento com os Estados Unidos e está pronta para dialogar a fim de abordar as preocupações levantadas”, disse Dahir Hassan Abdi, embaixador somali no país, em nota.

O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, descreveu o governo americano como fascista e alertou os venezuelanos sobre viagens aos EUA. “A verdade é que estar nos Estados Unidos é um grande risco para qualquer pessoa, não apenas para os venezuelanos… Eles perseguem nossos compatriotas, nosso povo, sem motivo.”

Críticos afirmam que a decisão se trata de um “veto étnico”. “A medida é outro exemplo do presidente zombando das leis de imigração e segurança nacional para punir raças, religiões e ideias de que não gosta”, disse Becca Heller, diretora do Projeto Internacional de Assistência a Refugiados ao jornal americano “The New York Times”.

Segurança nacional

“Não permitiremos que pessoas entrem em nosso país com a intenção de nos fazer mal”, disse Trump em um vídeo publicado no X. Ele afirmou que a lista pode ser revisada para incluir mais nações.

Segundo o republicano, os países sujeitos às restrições mais severas foram determinados por abrigarem uma “presença em larga escala de terroristas”, não cooperarem com a segurança de vistos, não conseguirem verificar a identidade de viajantes, terem registros criminais inadequados e altas taxas de permanência ilegal de cidadãos nos EUA.

“Não podemos ter migração aberta de qualquer país onde não possamos verificar e rastrear com segurança e confiança aqueles que buscam entrar nos Estados Unidos”, afirmou o presidente. Países como o Irã e Cuba foram diretamente classificados como “financiadores do terrorismo”.

Ao anunciar a medida, o presidente citou o incidente do último domingo em Boulder, Colorado, no qual um homem jogou uma bomba incendiária em um grupo de manifestantes pró-Israel, como uma justificativa da necessidade das novas restrições. Um cidadão egípcio foi acusado pelo ataque.

Autoridades federais disseram que o suspeito havia ultrapassado o tempo de permanência de seu visto de turista e estava com a permissão de trabalho vencida. O Egito, porém, não está na lista de países vetados.

*Com informações da Deutsche Welle