A rede social X, bloqueada no Brasil a partir deste sábado (31), acusada por seu papel na difusão de notícias falsas, foi vetada em diversos países, muitos deles governados por regimes autoritários.

Muitos países bloquearam temporariamente esta rede que demonstrou ser eficaz para difundir informação sobre protestos políticos, como no Egito durante a Primavera Árabe em 2011, na Turquia em 2014 e 2023, e no Uzbequistão antes e depois das eleições presidenciais de 2021.

China

O Twitter (antigo nome do X) era pouco conhecido no mundo quando a China o proibiu em junho de 2009, dois dias antes do 20º aniversário da repressão às manifestações pró-democracia na Praça da Paz Celestial. Os chineses aprenderam a viver sem ele e utilizam amplamente as plataformas Weibo e WeChat.

Irã

Uma onda de manifestações após as eleições presidenciais de junho de 2009, cujo resultado foi questionado, levou à proibição do Twitter, que segue vigente 15 anos depois. Entretanto, a rede social foi utilizada para difundir fora das fronteiras iranianas os movimentos de protesto do país, como o que surgiu contra a repressão às mulheres no segundo semestre de 2022.

Turcomenistão

Um dos países mais isolados do mundo, esta ex-república soviética situada na Ásia Central começou a bloquear o Twitter no início da década de 2010, junto com diversos outros serviços e sites estrangeiros. A navegação por internet, proporcionada exclusivamente pela empresa estatal TurkmenTelecom, é monitorada pelas autoridades.

Coreia do Norte

Depois de estender as mãos aos estrangeiros interessados no país ao abrir sua conta no Twitter em 2010, a Coreia do Norte bloqueou a rede social em abril de 2016, junto com Facebook, YouTube e sites de apostas e pornografia. O acesso à internet, fora dos poucos sites governamentais, é estritamente controlado por este regime autárquico, que o reserva a alguns poucos responsáveis.

Mianmar

O Twitter é inacessível desde fevereiro de 2021, já que foi proibido devido aos protestos contra o golpe militar que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi. Desde então, a junta no poder se mantém firme no controle de internet.

Rússia

Moscou começou a restringir o acesso ao Twitter a partir de 2021, denunciando a difusão de “conteúdos ilegais”. Depois, o acesso foi formalmente bloqueado a partir de março de 2022, logo após o início da invasão da Ucrânia por parte do Exército russo. Entretanto, muitos russos continuam utilizando o X através de serviços de VPN, que permitem evitar a proibição.

Paquistão

A plataforma X está proibida desde as eleições legislativas de fevereiro de 2024. O governo paquistanês, apoiado pelo Exército, alega razões de segurança. No X foram difundidas amplamente acusações de fraude em prejuízo de um partido da oposição, o do ex-primeiro-ministro Imran Khan, que está preso.

Venezuela

O presidente Nicolás Maduro, reeleito em julho apesar das fortes suspeitas de fraude, ordenou em 9 de agosto a suspensão do X durante dez dias, enquanto se desenvolviam violentos protestos em todo o país. Apesar de o prazo já ter expirado, a proibição continua em vigor.

Brasil

A Justiça determinou o bloqueio do X, especificamente por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após a reativação de contas cuja suspensão havia sido ordenada pelos tribunais. Os usuários que acessarem a plataforma através de um serviço de VPN estão sujeitos a multas de 50.000 reais por dia.

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