Os líderes dos “principais países europeus” se reunirão em Paris, na segunda-feira, para abordar a situação da Ucrânia e a segurança na Europa, depois que o governo dos Estados Unidos deu a entender que negociará diretamente com a Rússia para encerrar a guerra em solo ucraniano.
O presidente francês Emmanuel Macron receberá “os principais países europeus” para discutir a “segurança europeia”, confirmou o chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, na rádio France Inter neste domingo (16).
O ministro não especificou quem participará desta “reunião de trabalho”, mas, de acordo com uma fonte diplomática europeia, Alemanha, Polônia, Itália, Dinamarca e Reino Unido, que não faz mais parte da União Europeia, estarão presentes.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, também participarão do encontro que foi organizado com urgência, segundo a mesma fonte.
A reunião ocorrerá em um momento particularmente sensível para as relações transatlânticas.
O presidente americano, Donald Trump, surpreendeu os europeus na quarta-feira ao afirmar que havia conversado com o presidente russo, Vladimir Putin, para iniciar negociações sobre a Ucrânia. O anúncio fez com que os líderes europeus temessem ficar excluídos das negociações para colocar fim à guerra na Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.
A questão foi um dos principais tópicos da Conferência de Segurança de Munique, que começou na sexta-feira e terminará neste domingo na cidade alemã.
Na cúpula, o enviado especial de Trump para a Ucrânia, Keith Kellogg, afirmou, em resposta a uma pergunta sobre a participação europeia nas negociações: “Eu pertenço à escola realista, não acho que isso vá acontecer”.
O chefe da diplomacia francesa enfatizou que “somente os ucranianos podem decidir parar de lutar, e nós os apoiaremos enquanto eles não tomarem essa decisão”.
Eles “não vão parar até que tenham certeza de que a paz oferecida a eles será duradoura” e até que tenham garantias de segurança, acrescentou Barrot sobre os ucranianos.