França, Alemanha, Egito e Jordânia vão propor aos israelenses e palestinos uma série de “pequenos passos” para restabelecer a “confiança” mútua e facilitar seu retorno à mesa de negociações.

“Tomaremos a iniciativa de nos reunir com as duas partes (…) para identificar os passos que estão em condições de dar para começar a construir a confiança” e “restabelecer gradualmente as condições para o diálogo”, disse o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, no fim de uma reunião com seus três homólogos em Paris.

Le Drian elogiou os primeiros “sinais encorajadores” entre israelenses e palestinos com a retomada de sua coordenação em segurança e fiscalização, assim como da cooperação no combate à covid-19.

“Esta cooperação (sanitária) deve ser reforçada”, reiterou. Os palestinos receberam apenas pouco mais de 30.000 doses das vacinas, das quais 2.000 procedem de Israel, enquanto 40% dos nove milhões de habitantes de Israel já estão vacinados.

Os quatro ministros, que se reuniram pela quarta vez em um ano neste formato, aplaudiram o “impulso positivo” provocado pela abordagem do novo governo americano, que voltou ao consenso internacional, e pelos acordos para normalizar as relações entre Israel e vários países árabes.

“O novo governo americano se pronunciou a favor da solução de dois Estados (…). Isso nos dá esperanças, embora nos mantenhamos prudentes”, disse o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas.

Os ministros francês e alemão, no entanto, se mostraram mais reservados sobre a possibilidade de israelenses e palestinos voltarem logo para a mesa de negociações, enquanto seu homólogo egípcio Sameh Choukry insistiu na “necessidade de retomar o processo de negociação rapidamente”.

“Tomará tempo”, disse Maas. “Estamos apenas nesta fase (uma abordagem dos pequenos passos, ndr). Depois pode começar um processo político”, acrescentou Le Drian.

Os quatro ministros também expressaram sua vontade de “trabalhar estreitamente” com o Quarteto do Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas) para avançar para a paz na região.

As negociações entre Israel e os palestinos estão estagnadas desde 2014. Os palestinos querem um Estado independente com capital em Jerusalém Oriental.

A colonização israelense dos territórios palestinos continuou sob todos os governos de Israel desde 1967, mas foi acelerada com Benjamin Netanyahu.