Pelo menos 80% das drogas que saem dos portos do Equador têm como destino países da União Europeia (UE), onde há um “crescimento importante do consumo”, disse, nesta quarta-feira (4), o embaixador do bloco em Quito, Charles-Michel Geurts.

“Estima-se que 80% das drogas que saem do Equador, da cocaína, vão para a União Europeia”, afirmou Geurts em entrevista ao canal Ecuavisa.

Nas últimas semanas, diferentes portos europeus realizaram “apreensões de quase 30 toneladas de cocaína, todas em contêineres de bananas do Equador”, um dos principais produtos exportados pelo país sul-americano, acrescentou.

Sua localização entre a Colômbia e o Peru – os maiores produtores de cocaína do mundo – e a saída privilegiada para o oceano Pacífico fizeram do Equador um dos principais exportadores de drogas. Desde maio de 2021, o país apreendeu mais de 500 toneladas de entorpecentes.

Além disso, facções criminosas associadas a cartéis mexicanos e colombianos espalham terror pelo país e em seu sistema prisional, no qual as unidades carcerárias são utilizadas como centro de operações do tráfico de drogas. Dentro das prisões, têm sido registrados massacres sangrentos devido às disputas entre diferentes facções pelo controle do território de vendas de drogas. Desde 2021, cerca de 430 presidiários foram mortos.

“Vemos um crescimento significativo do consumo, do tráfico na Europa, com uma onda de violência parecida com a que o Equador vive, todos os crimes, os crimes ligados ao tráfico de drogas”, afirmou o embaixador.

Os homicídios no país quadruplicaram entre 2018 e 2022, chegando à marca recorde de 26 por 100 mil habitantes. Com uma população de 16,9 milhões de pessoas, este taxa pode chegar a 40 ainda este ano, segundo especialistas.

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