Países da UE pressionam por ‘medidas concretas’ diante da situação humanitária em Gaza

Diversos países da União Europeia aumentaram a pressão a favor de “medidas concretas” do bloco para a “intolerável” situação humanitária em Gaza, disseram fontes diplomáticas coincidentes nesta quinta-feira (24).

Segundo essas fontes, durante uma reunião realizada na quarta-feira (23), os representantes permanentes dos 27 países reiteraram sua preocupação com a implementação efetiva do acordo alcançado há duas semanas pela UE com Israel sobre um melhor acesso da ajuda humanitária a Gaza.

Diante da falta de avanços, diversos países solicitaram à Comissão Europeia -o braço executivo da UE- que apresente “medidas concretas” após as possíveis “opções” que havia sugerido, apontaram as fontes.

O acordo firmado pela UE com Israel prevê a passagem diária de cerca de 160 caminhões de ajuda humanitária através de Gaza, o dobro da situação atual.

No entanto, nesta quinta-feira, as autoridades israelenses informaram que apenas cerca de 70 caminhões haviam sido descarregados no dia anterior nos cruzamentos.

“Israel fez alguns esforços com base nos parâmetros acordados; o número de caminhões que entram em Gaza aumentou; cruzamentos e rotas adicionais foram abertos”, afirmou, nesta quinta-feira, um porta-voz do serviço diplomático da UE.

Mas, “obviamente, ainda há muito, muito a fazer”, acrescentou o porta-voz, Anouar El Anouni.

Os embaixadores dos 27 países em Bruxelas devem se reunir novamente na próxima semana para discutir a situação em Gaza e pretendem permanecer mobilizados durante todo o mês de agosto.

“Um número significativo de Estados-membros disse que a situação é intolerável”, afirmou um diplomata.

A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, disse, na terça-feira (22), que “todas as opções continuam na mesa”, se Israel não respeitar seus compromissos.

Um informe da Comissão Europeia, apresentado no final de junho aos países do bloco, indicou que Israel violou o artigo 2 do acordo de associação com a UE, em termos de respeito pelos direitos humanos.

Como resultado, Kallas preparou uma lista de possíveis opções para os países do bloco, que incluem a suspensão de todo o acordo e a proibição de exportações dos territórios palestinos ocupados, entre outras opções.

Em uma carta aberta, cerca de 40 embaixadores da UE pediram “sanções seletivas” contra “ministros, funcionários, comandantes militares” e “colonos israelenses violentos” acusados de “crimes de guerra”.

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