Os 32 membros da aliança liderada pelos Estados Unidos chegaram a um acordo após a Espanha, que se opunha ao aumento dos gastos militares, negociar isenção da regra.68736609 –
Numa vitória do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) concordaram neste domingo (22/06) em aumentar a meta de gastos de defesa dos atuais 2% para 5% do PIB até 2035.
Trump era um vocal defensor do aumento dos gastos militares e queixava-se frequentemente de que os EUA estavam sobrecarregados na aliança, formada por 32 países.
A medida ainda deve ser aprovada formalmente durante o encontro de cúpula da Otan que começa na terça-feira (24/06) em Haia, na Holanda.
Pelo acordo, os países da aliança terão que investir ao menos 3,5% de seu PIB (soma de todos os bens e serviços que cada nação produz) em necessidades básicas militares; o 1,5% restante poderá ser destinado a gastos relacionados.
Espanha negociou isenção
A Espanha tentou bloquear o acordo, chamando a meta de 5% de "desarrazoada" e "contraproducente".
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, chegou a se dirigir à população em um pronunciamento para explicar sua oposição, dizendo que tal gasto seria "desproporcional e desnecessário".
"Respeitamos totalmente o desejo legítimo de outros países de aumentarem seus investimentos em defesa, mas nós não vamos fazer isso", disse Sanchez, argumentando que a Espanha poderia cumprir seus compromissos com a Otan com pessoal e equipamentos gastando apenas 2,1% do PIB.
No fim, Sanchez acabou conseguindo negociar para si uma isenção da regra. De todos os países da Otan, a Espanha é o que tem gastado menos com defesa em termos relativos.
A situação política do premiê espanhol é delicada: ao mesmo tempo em que vê seu governo ameaçado por um escândalo de corrupção, também tem sido pressionado pelo partido com o qual divide o governo a não elevar os gastos militares.
ra (AFP, dpa, AP, Reuters)