Os presidentes dos três países bálticos condenaram nesta quinta-feira (07) o que consideram como tentativas da Rússia de “falsificar a história”, na véspera do 75º aniversário do final da Segunda Guerra Mundial.

Em uma declaração conjunta, os chefes de Estado da Lituânia, Letônia e Estônia – países anteriormente ocupados pela Rússia e atualmente membros da UE e OTAN – pediram “verdade e justiça”, ou seja, o reconhecimento de crimes da época comunista e da responsabilidade da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) no desencadeamento da guerra.

“A distorção dos acontecimentos históricos que levaram à Segunda Guerra Mundial e à divisão da Europa após o conflito representa um esforço deplorável para falsificar a história e questiona o próprio fundamento da ordem internacional contemporânea”, alertaram os três dirigentes.

Prestando homenagem às vítimas do conflito e aos soldados Aliados que derrotaram o regime nazista, afirmaram que a União Soviética recorreu às forças armadas e à repressão para subjugar suas nações durante a Guerra Fria.

“Não há necessidade de reescrever a história. (…) Isso leva a conclusões erradas e decisões erradas”, afirmou o presidente lituano Gitanas Nauseda, em entrevista à AFP.

Seu homólogo da Letônia, Egils Levits, considerou que “a falsificação da história é uma espécie de guerra híbrida” realizada por Moscou.

Em 9 de maio, é celebrado na Rússia o Dia da Vitória, mas para muitos habitantes dos países bálticos a data simboliza o início da ocupação soviética.

Os países bálticos recuperaram sua independência com a desintegração da URSS nos anos 1990-91.