Pais de alunos da rede municipal de Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, estão insatisfeitos com os uniformes escolares distribuídos pela Prefeitura. Eles relatam que, além dos defeitos encontrados nas roupas, o kit de higiene e as mochilas ainda não foram entregues.

Desirée Magalhães é mãe de Guilherme, de 9 anos, Thiago, de 8 anos, e Milena, de 3 anos, e está esperando o quarto filho. Descontente com a qualidade dos uniformes, ela questionou à Prefeitura. “O tecido é muito fino e as costuras estão extremamente tortas. Já teve caso de uniforme que rasgou nos primeiros dias de uso. Observei que o material da roupa da creche para crianças na fase 2 é bom, já para crianças do ensino fundamental é muito ruim. A única definição que achei para o material é pano de guarda-chuva. Recebemos uma calça, um short, um par de meia, um par de tênis, três camisetas de manga curta, uma camiseta de manga comprida e um agasalho por criança. Só gostei mesmo do tênis”, desabafou.

A avó das crianças, Márcia Guimarães, complementa: “Estou preocupada com a chegada do frio porque o tecido é fino, brilhante e gelado. Quero saber sobre a documentação de licitação do uniforme e quanto foi gasto. Crianças carentes que dependem somente deste uniforme vão passar frio e ficar doentes”.

A mãe da Isabelly, de 12 anos, e Alex, 8 anos, Crisleine Alves de Oliveira Souza se queixa da má qualidade. “São inúmeros os defeitos. As calças não têm forro. O pano é muito fino e não protege em dias frios. Também vieram em tamanhos desproporcionais. Um muito grande e outro muito pequeno. As crianças não ficam a vontade com o short que parece uma calça capri. Eu, inclusive, fui reprimida por funcionários da Prefeitura de Embu das Artes nas redes sociais. Tive posts deletados”, destacou.

A reportagem teve acesso ao áudio enviado pelo secretário de Comunicação, Jones Donizette, em que diz: “A gente sentou, nós conversamos ontem, quase uma hora e meia de conversa. Nós nos inteiramos de tudo, mas do mesmo jeito você saiu, foi para as redes sociais por uma situação que sabe que não tem como resolver nas redes sociais. Falei pra você do caminho que tem que ser tomado para resolver isso daí. Claro que você tem o direito de se expressar da maneira que você achar melhor, mas é uma coisa que você já sabe qual é o caminho que tem que ser tomado contra a empresa que fez o uniforme, se de fato eles não atenderam o que foi pedido, e vai ter que ser tratado juridicamente”.

Cristiane Roberta de Oliveira, mãe de Maria Eduarda, 7, e de Kauã, 4, também critica o material dos uniformes. “O uniforme antigo era de boa qualidade, mas já há rumores que as crianças serão barradas se usarem a roupa antiga. O material do uniforme para crianças da creche a partir da fase 5 é o mesmo para alunos do ensino fundamental. É muito fino e para não passarem frio seria preciso usarem mais duas mudas de roupas. O tamanho também veio errado. A roupa da Maria Eduarda serviu para o Kauã. Quero saber como é feita a licitação para a compra dos uniformes”, declarou.

Defesa

A respeito das reclamações de mães sobre os uniformes escolares, a Prefeitura de Embu das Artes informa: “A Secretaria Municipal de Educação está elaborando um relatório que reúne todos os problemas pontuais na entrega de kits e uniformes para verificar casos em que estes não estejam adequados e, após a finalização do documento, será encaminhado à Secretaria de Assuntos Jurídicos, que aguarda o envio do documento para adotar as medidas cabíveis e acionar a empresa contratada para confeccionar os uniformes”, destacou a nota.

Sobre a repressão que uma das mães relatou, a Prefeitura afirma que o secretário de Comunicação, Jones Donizette, abriu um canal de diálogo próximo e dirigido à munícipe com cordialidade e posicionamento em nome do Poder Público Municipal.