O economista Roberto Campos Neto, indicado para a presidência do Banco Central, defendeu nesta terça-feira, 26, a aprovação de reformas, em especial a da Previdência, e a criação de uma cultura para que haja “mais empreendedores e menos atravessadores”

“Parece haver certo consenso hoje na sociedade que o Estado brasileiro se tornou grande demais, ineficiente, excessivamente custoso e não atende a muitas das necessidades básicas de nossa população”, avaliou, em sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Ele lembrou que o atual governo prometeu implementar uma agenda “modernizadora e liberalizante”. “É hora de fazer mais com menos recursos. É necessário eficiência, transparência, prestação de contas e mensuração de impacto quanto ao uso de recursos públicos. E, talvez mais importante que isso, é necessário que o Estado abra espaço para a atividade privada, saindo de cena, ou reduzindo drasticamente sua atuação, em diversas áreas”, acrescentou.

Para Campos Neto, a redução da taxa Selic nos últimos anos expôs as imperfeições da economia, como custos burocráticos gerados pela excessiva intervenção estatal. “Agora que temos a Selic em seu mínimo histórico de 6,5% a.a. por quase um ano, temos a oportunidade de perceber melhor essas imperfeições e de propor políticas alternativas que melhorem a eficiência de nossos mercados”, comentou.

O economista deu destaque especial à necessidade da reforma da Previdência, mas citou outras medidas para que balanço do setor público entre em trajetória sustentável. “A estabilidade fiscal é fundamental para a redução das incertezas, o aumento da confiança e do investimento, e o consequente crescimento da economia no longo prazo. Estou certo de que avançaremos nessa direção”, completou.

A expectativa é de que o nome de Campos Neto seja aprovado ainda nesta terça na comissão e no plenário do Senado. Também passam por sabatina Bruno Serra Fernandes, que ocupará a Diretoria de Política Monetária, e João Manoel Pinho de Mello, que será o titular da Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC.