ROMA, 3 ABR (ANSA) – Os pais do pesquisador italiano Giulio Regeni, morto no Cairo em fevereiro de 2016, fizeram um apelo nesta segunda-feira (3) para o papa Francisco falar sobre o estudante durante sua visita ao Egito nos dias 28 e 29 de abril.   

“Estamos confiantes que o Papa não deixará de lembrar de Giulio nesta viagem, se juntando a nossa busca pela verdade concreta para finalmente termos paz”, afirmou à imprensa Paola Regeni.   

Mesmo tendo passado um ano da morte do italiano, os pais ainda buscam respostas para esclarecer o caso. “14 meses surreais e cheios de dor, o que nos obrigou a não baixar a guarda”, ressaltou a mãe de Regeni.   

Regeni desapareceu no dia 25 de janeiro de 2016, enquanto estava em uma linha de metrô no Cairo. Seu corpo só foi encontrado no dia 3 de fevereiro, com sinais de tortura e sem parte da roupa. Acredita-se que o italiano tenha sido morto por algum órgão ligado ao governo que o teria confundido com um espião internacional.   

“Exigimos a verdade! Temos o direito à verdade para nossa dignidade, mas também para levantar a cabeça e olhar nos olhos de muitos jovens. Se você não ir em busca da verdade, que exemplo vai dar aos jovens de valores da União Europeia?”, enfatizou ela.   

O Egito chegou a acusar e matar cinco supostos sequestradores, que tinham os documentos de Regeni, mas as autoridades italianas não se convenceram com a informação. O governo de Abdel Fattah al-Sisi sempre negou qualquer vínvulo com o crime.   

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“Não só as instituições italianas, mas também a Europa. Itália e Europa precisam estar ao nosso lado”, finalizou Paola Regeni.   

A família da vítima espera que Francisco relembre do caso durante os dois dias que ficará no país. No próximo dia 28 de abril, às 14h locais , o papa Francisco chegará ao Cairo, onde após o acolhimento oficial e a cerimônia de boas-vindas no Palácio Presidencial de Heliópolis, se encontratá com o presidente egípcio, Al-Sisi.   

Em seguida, Francisco e o imã de al-Azhar encerrarão a conferência internacional pela paz promovida pela instituição religiosa mais prestigiada do Islão sunita, sediada no Cairo. No dia 29 de abril, sábado, o Pontífice vai celebrar uma Missa, às10h. (ANSA)


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