14/04/2022 - 19:03
Os pais de um jovem negro morto a tiros por um policial em Grand Rapids, Michigan (norte dos Estados Unidos), disseram nesta quinta-feira(14) que fugiram da guerra na República Democrática do Congo para encontrar um “genocídio” nos Estados Unidos e pediram que o agente seja julgado.
Patrick Lyoya, 26 anos, morreu após uma blitz de trânsito em Grand Rapids em 4 de abril, o mais recente de uma série de negros mortos a tiros por agentes americanos.
A polícia divulgou quatro vídeos dos fatos e, em um deles, o policial é visto deitado sobre as costas de Patrick Lyoya, antes de atirar nele, provavelmente na cabeça.
Advogados da família de Patrick Lyoya compararam sua morte às execuções de civis ucranianos nas mãos de soldados russos, dizendo que eles não querem tratamento preferencial, mas “justiça igualitária”.
Em entrevista coletiva, o advogado Ben Crump, que já defendeu outros casos semelhantes, informou que a família de Patrick Lyoya quer que o policial, cujo nome não foi revelado, seja identificado, demitido e processado.
O oficial foi afastado do serviço, mas ainda está recebendo pagamento enquanto aguarda os resultados de uma investigação da Polícia Estadual do Michigan, disse o chefe da polícia de Grand Rapids, Eric Winstrom, na quarta-feira.
A mãe de Patrick Lyoya disse que acreditava estar em “um país seguro” depois que a família emigrou da República Democrática do Congo.
“Agora meu filho foi morto por uma bala”, lamentou Dorcas Lyoya em lágrimas, enquanto o pai, Peter, falou em “genocídio” nos Estados Unidos. Ambos se expressaram por meio de um intérprete.
Após a operação de trânsito, Patrick Lyoya e o policial entraram em confronto. Pouco antes do tiro ser disparado, os dois homens pareciam estar lutando no chão para controlar a arma de choque do policial.
A sociedade americana foi abalada nos últimos anos pelas mortes de homens negros nas mãos da polícia, principalmente depois que um oficial branco de Minneapolis se ajoelhou no pescoço do afro-americano George Floyd em 2020.
As imagens da morte de George Floyd depois de ter dito várias vezes que não conseguia mais respirar chocaram o mundo. Seu nome se tornou, junto com outros, um emblema do movimento Black Lives Matter durante as grandes manifestações antirracistas de 2020.