LONDRES, 23 ABR (ANSA) – Os pais do bebê britânico Alfie Evans perderam na noite desta segunda-feira (23) o “último recurso” para manter os aparelhos do filho, que sofre de uma doença degenerativa, ligados. O juiz da Suprema Corte do Reino Unido, Anthony Hayden, rejeitou as novas alegações dos representantes legais da família, depois que o Ministério de Relações Exteriores da Itália concedeu a Alfie cidadania italiana, na esperança de permitir uma “transferência imediata” para o hospital Bambino Gesu, em Roma.   

Este é mais um recurso perdido pelos pais de Alfie para manter o tratamento do filho. Em fevereiro, o tribunal decidiu que o Hospital Infantil Alder Hey, em Liverpool, poderia retirar os aparelhos que o mantém vivo.   

De acordo com o advogado de direitos humanos Pavel Stroilov, do Centro Legal Cristão, que representa os pais de Alfie, o juiz Hayden descartou qualquer reversão de sua decisão. “Depois de uma longa conversa telefônica, o juiz disse que não deveria haver mais demora”, explicou.   

Alfie está em internado desde dezembro de 2016 com uma condição neurológica degenerativa não diagnosticada rara. O hospital argumentou que mantê-lo em um ventilador não é do “interesse dele” e qualquer tratamento adicional não é apenas “fútil”, mas também “indelicado e desumano”.   

Nesta segunda, o papa Francisco renovou seu apoio à família, em uma publicação no Twitter. “Emocionado pelas orações e pela grande solidariedade em favor do pequeno Alfie Evans, renovo meu apelo para que seja ouvido o sofrimento de seus pais e seja satisfeito seu desejo de tentar novas possibilidades de tratamento”, escreveu.   

Além disso, o presidente da Pontifícia Academia para a Vida, monsenhor Vincenzo Paglia, disse à ANSA que é necessário haver um diálogo para “tornar mais humana a existência” das pessoas.   

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“A única coisa que ainda é preciso fazer é encontrar uma aliança de amor entre todos aqueles que de algum modo participam dessa situação. Certamente, cabe aos médicos elaborarem o diagnóstico, mas você não pode esquecer que tão importante é a participação dos pais, porque o pequeno Alfie não pode expressar sua opinião”, acrescentou.   

Mais cedo, antes de Alfie receber a cidadania italiana, um grupo que o apoiava tentou invadir o hospital Alder Hey. Os manifestantes, que se autodenominam “Exército Alfie”, apoiam os pais na batalha contra a decisão do judiciário britânico.   

No entanto, de acordo com a imprensa local, depois da reunião desta noite, os médicos já interromperam o tratamento que mantém o bebê vivo.   

De acordo com fontes próximas à família, citadas pelos jornais britânicos, Alfie foi retirado do aparelho por volta das 21h (horário local) e agora “sustenta sua própria vida”, conforme revelado pelo pai do bebê, Tom, em um vídeo ao vivo no Facebook.   

Os únicos parentes autorizados a ficarem no quarto durante o procedimento foram os pais de Alfie e dois outros membros da família, informou a mídia local. Ainda é desconhecido quanto tempo o bebê, de 23 meses, sobreviverá. (ANSA)


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